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Espiritualidade prática, com Debora Pivotto

Espiritualidade e autoconhecimento conectados com a nossa saúde física e mental, com o coletivo e com a vida prática
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Quantas vezes podemos recomeçar?

Por Débora Pivotto
10 jan 2023, 15h05
ilustração de uma folha de papel com uma caneta e um vaso ao lado
Você tem a vontade de recomeçar? /  (João Montenegro/BOA FORMA)
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Início de ano é tempo de renovação. É hora de descansar, refletir, renovar as esperanças e, principalmente, fazer planos. 

A única “promessa” que eu fiz para 2023 foi a de me comprometer mais com a minha escrita. Quero criar mais espaços na rotina da maternidade para me dedicar a esse trabalho que eu tanto gosto, mas que faço menos do que gostaria. E ao mesmo tempo que me bate uma vontade cheia de entusiasmo e esperança, me vem uma voz desanimadora que reclamava “lá vem você com essa história de escrita de novo!”. Afinal, eu já me propus a escrever mais em outros momentos da minha vida e falhei. Ou, pelo menos, não consegui cumprir o objetivo da forma como eu gostaria. Quem nunca? 

E no meio deste cabo de guerra mental, uma pergunta me surgiu com força: quantas vezes podemos recomeçar? Quando batalhamos por algo que ainda não conquistamos, quantas vezes podemos tentar novamente? Quantas chances damos a nós mesmas?

Aproveitei a reflexão para praticar a escrita e arriscar uma resposta para mim mesma. 

Apesar de uma certa descrença, quero me permitir continuar. Quero dar nem que seja um passo a mais em direção a meu objetivo, mesmo que, em algum momento, perca um pouco o fôlego e precise fazer pausas pra retomar depois. 

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Vou tentar até conseguir alinhar minhas palavras com meus sentimentos e ações – condições básicas para conquistar qualquer objetivo. E quando o desânimo bater, pretendo relembrar a mim mesma porque estou indo atrás deste objetivo. 

Quero libertar as palavras que moram dentro de mim e formam uma espécie de sopa cósmica de letrinhas, que ainda flutuam no meu pensamento de forma aleatória, em busca de tempo e inspiração para se organizar e ganhar sentido.

Quero aterrar conhecimentos que sei que eu sei; que já entendi que posso (e devo) acessar. Quero cumprir o desafio de traduzir a essência daquilo que vejo, do que sinto e do que sou. Quero sustentar a tensão (e o tesão) de fazer da escrita uma arte. E da vida, um poema. 

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E você? Qual é a sua promessa para 2023? Quantas vezes você se permite recomeçar?

Feliz ano novo!

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