Nos últimos anos, pudemos observar uma popularização dos procedimentos estéticos faciais. Com isso, torna-se fundamental ressaltar que toda e qualquer intervenção estética, seja cirúrgica ou realizada em consultório, está suscetível à ocorrência de algumas complicações, apesar de estas não serem tão comuns.
Quando falamos sobre os procedimentos pouco invasivos, os possíveis riscos, geralmente, são de fácil resolução, não causando danos a longo prazo ao paciente. Durante os tratamentos feitos em consultório, pode acontecer a perfuração de algum vaso sanguíneo com a agulha, já que alguns vasos não são visíveis a olho nu. Nestes casos, haverá apenas o aparecimento de um hematoma que desaparecerá sozinho em alguns dias.
Além disso, também podem surgir reações alérgicas a algum anestésico ou composto utilizado em consultório. Por esse motivo, a anamnese detalhada é tão importante antes da realização de qualquer procedimento, assim podemos identificar alergias prévias e preveni-las, substituindo componentes utilizados.
Pacientes ansiosos ou de primeira viagem também podem vir a ter picos de hipoglicemia durante as aplicações. Então, o indicado sempre é alimentar-se bem antes de ir ao consultório para evitar que isso aconteça.
São raros os casos de infecções pós-intervenção, mas, para evitá-los, é fundamental escolher profissionais qualificados, que sigam todas as normas de biossegurança e que realizem qualquer intervenção em ambiente estéril. Para pacientes mais sensíveis, ou seja, mais suscetíveis à inflamações locais, o profissional pode indicar até mesmo tratamentos medicamentosos. Equimoses, que são hematomas mais extensos e profundos, também podem se manifestar, sendo mais comuns em idosos com a pele fina.
Já entre as complicações mais preocupantes e que podem trazer danos a longo prazo, encontramos a compressão vascular pelo preenchimento com ácido hialurônico, que, se não identificada precocemente, pode causar um estágio de necrose. Ainda que ela seja preocupante, é reversível se tratada a tempo.
Nesse sentido, fica clara a importância da comunicação entre paciente e profissional. Todos os cuidados devem ser repassados ao paciente com atenção, e qualquer alteração deve ser relatada ao profissional o quanto antes, a fim de evitar problemas mais sérios.
Falando sobre aplicação de toxina botulínica, o maior risco é o surgimento de ptose palpebral ou de sobrancelha, que provocam a queda ou a dificuldade de abrir os olhos. Sendo assim, o conhecimento técnico do profissional faz toda a diferença na hora do botox.
A maioria dos pacientes preza pela naturalidade e relatam em consultório o medo de não se reconhecerem pós procedimento ou de acharem artificial, exagerado. Portanto, é indispensável que o profissional trabalhe com a realidade e não cultue exageros.
Dra. Luise Albuquerque, dentista e especialista em harmonização orofacial
