Se for um fone de ouvido do tipo concha, aquele que fica sobreposto à orelha, não tem problema em dividir com outra pessoa. Entretanto, se for o intracanal, aquele mais comum, que é colocado dentro do ouvido, tem muito problema, porque cada indivíduo tem uma flora bacteriana natural, mas pode ter bactérias que geram doenças e fungos também.
Além disso, também existem doenças virais de pele, como herpes, que podem ser transmissíveis também pelo fone de ouvido, mesmo que isso seja raro. Ou seja, o risco de compartilhar fone de ouvido intracanal é o de otite infecciosa por bactérias ou por fungos e, raramente, por vírus.
As infecções podem ser transmitidas através da própria secreção que fica no fone de ouvido. Para escutar a música, a pessoa introduz o fone de ouvido com uma certa pressão, então, vai ter um contato direto com a pele, e essa pele pode ter bactérias, fungos e até vírus.
Os sintomas mais comuns de infecções que podem ser transmitidas por meio desse hábito são: dores de ouvido, especialmente ao mobilizar a orelha e o canal auditivo (colocar a mão e sentir dor), escorrimento de secreção (otorreia), coceira e diminuição da audição. Em infecções mais intensas, as dores podem irradiar para o pescoço, para trás da orelha e para cima, e essas dores podem chegar a ser insuportáveis.
A melhor maneira de limpar os fones para reduzir o risco de infecção é, toda vez que for usar o fone de ouvido de outra pessoa, utilizar um álcool isopropílico para higienizar o objeto.
Dr. Jamal Azzam, otorrinolaringologista