Segundo a médica neurologista Andrea Bacelar, presidente da Associação Brasileira do Sono, as luzes de frequência azul estimulam, através da retina, o nosso marcapasso interno (núcleo supraquiasmático) a dizer para a glândula pineal que não está na hora de produzir melatonina – hormônio que só é produzido no período noturno e induz o corpo a pegar no sono. “Então, no período da noite, devemos evitar essas luzes, pois isso acarretará no atraso da produção da melatonina e, por consequência, atrasará a promoção de sono”, explica.
De acordo com a médica, essa exposição à luz é importante durante o dia para que o corpo fique mais alerta, mais atento e gaste mais energia gerando mais pressão para o sono à noite. “Portanto, sol e muita luz durante o dia e baixa luminosidade à noite são grandes sincronizadores para um sono de qualidade.”
Além do mais, é tentador para quem desperta no meio da noite consultar seu smartphone e atualizar as informações de grupos ou usar redes sociais – e isso induz a um maior tempo para retomar o sono. “As consequências virão no dia seguinte: fadiga ao acordar, sonolência durante o dia, dificuldade de concentração e alteração na memória. Desabilitar as notificações do seu celular durante a noite é uma estratégia de grande impacto positivo na qualidade do sono”, sugere o otorrinolaringologista George Pinheiro, da Associação Brasileira do Sono.