Uma data criada para simbolizar nossa corrida em busca de dignidade e direitos ainda é reduzida a lembrancinhas e chocolates. Frases de efeito póstumas de grandes mulheres cortadas em tiras de papel dão menos trabalho do que olhar ao redor e perceber que avançamos por conta própria. Socialmente, a maioria de nós dá as mãos, criamos redes de apoio e sorrimos umas para as outras na rua com um silencioso combinado de ‘vamos juntas’.
Nossos corpos mudam, junto com nossa cabeça, que percebeu o verdadeiro significado de “GOSTOSA” e o tomou para si em qualquer idade. Discutimos etarismo vestidas confortavelmente e em plena ascensão profissional e social, enquanto as mesmas pessoas que nos dão flores acham que nosso tempo já passou. Tomamos praias, com biquínis do tamanho de nossa paciência, para uma sociedade que ainda determina saúde tal qual os folhetins de 1940. Criamos podcasts para desmistificar a maternidade e todo o romance por trás dos bicos moídos da amamentação. O mercado de brinquedos sexuais nos trouxe posse de um prazer que a sociedade nomeou como vulgar, e não aceitamos mais tal palavra. Tomamos whisky e jogamos futebol às quartas. Permitimo-nos gargalhar alto finalmente e ir ao cinema, jantar ou qualquer outra coisa que nossa singular e deliciosa companhia quiser.
Mas ainda ouvimos por aí: liberdade ou solidão? A diferença é que, desde 1857, quando nos queimaram com fogo, até 2024, nos atacam virtualmente. Não paramos de lá para cá, avançamos, mas ainda respondendo o que a vítima vestia. Ser a matriarca é empecilho em entrevistas de emprego, mas empreendemos.
Nossa beleza é julgada para distrair, e a usamos como arma. Burlamos todos os dias os limites e os sistemas para sermos o que quisermos.
Tem funcionado, mas os bombons e as flores não nos levaram a lugar nenhum; foram nossas mãos, vozes e força que nos trouxeram até aqui.
Gostosas, inteligentes, mães ou não, celebramos dia após dia, década após década, os desafios e as delícias do feminino, de mãos dadas!
Sobre Amanda Souza
Amanda Souza é comunicadora, palestrante, consultora de imagem e podcaster. Ela ganhou mais destaque nas redes sociais após ser a primeira mulher gorda a participar da segunda temporada de “Casamento às Cegas Brasil 2”, e depois estrear como co-host no programa ao vivo “O Reencontro”, da terceira temporada do reality “Casamento às Cegas”, da Netflix. TEDx Speaker, Amanda é indicada ao prêmio iBest na categoria “Diversidade e Inclusão”, um dos maiores prêmios de reconhecimento de personalidades do país.
Capa da revista BOA FORMA de abril, Amanda está entre os trending topics do twitter e do google no início de 2023 e é parceira de marcas como Dove, O Boticário, Quem Disse Berenice?, Inner Circle, BRAHMA, Marca Plus Size MAAR, Advil e Americanas. Além disso, esteve em grandes mídias como revista Claudia, Glamour, Capricho, jornal O Globo e Estadão.
É ativista pela liberdade corporal e trata sempre de temas relevantes à construção da autoestima feminina em seus cursos e palestras. A consultora oferece às suas clientes a construção da identidade visual e do vestir pautadas na liberdade e na realidade de cada mulher.
@souamandasouzaa
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