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O que significam as informações no rótulo do protetor solar?

Descubra ao que se referem as siglas, abreviações e outras informações que fazem parte dos rótulos dos filtros solares

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 13 out 2022, 16h43 - Publicado em 10 out 2022, 16h00
Mulher Sentada Em Tecido Aplicando Protetor Solar
 (RF._.studio/Pexels)
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De acordo com os médicos, o uso do protetor solar deve acontecer durante todo o ano e em qualquer clima. Entretanto, é nos períodos mais quentes que a procura pelo produto aumenta.

“O protetor solar é, sem dúvidas, o melhor creme antirrugas que existe. O consumidor brasileiro, que não é acostumado a usar protetor solar diariamente, em muitos casos nem imagina o que são as siglas, abreviações e apelos de marketing de um protetor solar. Ao não entender o rótulo desse produto, o paciente pode comprar aquele que não é o mais indicado para sua pele e isso acaba desestimulando o uso desse produto tão importante. Ou então não dar valor a um produto que oferece outras formas de proteção”, explica a Dra. Jaqueline Zmijevski, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

O rótulo do protetor solar pode confundir algumas pessoas, uma vez que ele é composto por abreviações, siglas e outras informações. A dermatologista afirma que é fundamental entender o que significam as informações, pois os raios solares podem causar envelhecimento, manchas e câncer de pele. Por isso, ela lista e explica as principais, como FPS, PPD, IR, UVA e UVB.

ABREVIAÇÕES E SIGLAS

Mulher de biquíni e óculos escuros passando protetor solar
(Mikhail Nilov/Pexels)

UVB:  Indica que o protetor solar protege a pele da radiação ultravioleta, que é aquela capaz de causar vermelhidão, queimaduras e ardência. “Essa radiação está presente em maior porcentagem entre às 10 e 16 horas e está envolvida na síntese da vitamina D”, diz a médica.

UVA: A radiação ultravioleta A está presente ao longo de todo o dia, desde o nascer até o pôr do sol. “É capaz de atravessar nuvens, janelas e vidro dos carros. Sua incidência não muda com a época do ano bem com o clima. Principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), esse tipo de radiação é indolor e penetra na profundidade da pele, até a derme, sendo responsável por produzir os temidos radicais livres”, conta.

FPS: A sigla FPS se refere ao Fator de Proteção Solar, que consiste em um índice que determina o tempo que uma pessoa pode ficar exposta ao sol sem que ocorra vermelhidão na pele. “É o valor obtido pela razão entre a dose mínima de vermelhidão na pele protegida por um protetor solar e a dose mínima de vermelhidão na mesma pele quando desprotegida”, relata a especialista.

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No entanto, essa proteção se refere apenas aos raios UVB. Em relação ao FPS ideal, a Dra. Jaqueline Zmijevski dá uma dica a respeito da quantidade de produto que deve ser aplicada.

“Se eu aplicar fator 30, ele absorve em média 96,7%% da radiação solar. No caso do fator 50, ele está absorvendo 98% da radiação solar. Uma das estratégias recomendadas é o uso da “regra da colher de chá”, na qual consideramos a aplicação de uma colher de chá no rosto e em cada um dos membros superiores e duas colheres de chá para tronco/dorso e para cada um dos membros inferiores”, detalha.

“Como nenhum protetor solar pode filtrar 100% dos raios UV, as roupas de proteção (com FPS), chapéus e abrigo da sombra também são indicações importantes”, acrescenta.

PPD/FP-UVA: A sigla PPD significa Persistant Pigment Darkening e informa o grau de proteção que o produto possui contra os raios UVA. Nos rótulos dos protetores solares, essa sigla pode surgir como FP-UVA (Fator de Proteção UVA).

“No estudo de UVB (FPS), medimos o quanto a pele demora para ficar vermelha quando exposta ao UVB. No caso do estudo UVA, mede-se o quanto a pele demora a apresentar pigmentação por melanina quando exposta ao UVA. O PPD ideal é a partir de 10 e deve representar, no mínimo, um terço do FPS”, fala a dermatologista.

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PA+: Principalmente presentes em protetores solares importados, PA+, PA++, PA+++, PA++++ se refere à escala PPD, ou seja, ao grau de proteção UVA de um protetor solar.

“De acordo com a metodologia Measurement Standards for UVA Protection Efficacy, descrita pela Japan Cosmetic Industry Association, uma proteção entre 2 e 4 é apontada como PA+, entre 4 e 8 é PA++, entre 8 e 16 é PA+++ e maior que 16 é PA++++, sendo os dois últimos as melhores opções”, esclarece.

IR : IR consiste no Infrared, o infravermelho, que é uma radiação sentida na pele por meio do mormaço ou do calor. “Esse é um comprimento de onda que atinge a derme mais profunda onde estão as fibras de ancoragem e sustentação da pele. E isso traz consequências à elasticidade da pele”, inicia a dermatologista.

O infravermelho pode piorar manchas que já existem, como as do melasma. De acordo com a médica, nesses casos, é essencial o uso da proteção e de antioxidantes, já que auxiliam na redução do processo inflamatório ocasionado pelo Infrared. Para se proteger dessa radiação, os filtros físicos são indicados.

OUTRAS INFORMAÇÕES

Mulher com produto na mão
(Mikhail Nilov/Pexels)

Também é possível encontrar outras informações nos rótulos dos protetores solares, sendo que elas são importantes para escolher o produto ideal para as necessidades de cada individuo. “Muitos apelos de marketing são altamente importantes para entender qual é o produto mais indicado para minha necessidade”, ressalta a Dra. Jaqueline.

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À prova d’água: Existem protetores solares que são resistentes à água do mar e piscina, assim como ao suor.

“Quando um filtro solar é resistente à água, ele permanece eficaz por, em média, 40 minutos na pele molhada. Quando ele é muito resistente à água, o filtro solar permanece eficaz por 80 minutos na água. A versão muito resistente à água’ é mais indicada para crianças e esportistas. No entanto, sempre reiteramos a recomendação de reaplicar o filtro a cada duas horas e após os banhos de mar e piscina, uma vez que também tendemos a passar mais a mão no rosto ou no corpo, ajudando a retirar o filtro. Reaplicando, garantimos uma pele protegida”, relata a médica.

Amplo espectro: A proteção solar é bastante ligada à cobertura da pele contra danos causados pela UVA e UVB.

Segundo a dermatologista, quando há a informação “amplo espectro” no rótulo do produto isso significa que ele “protege a pele do envelhecimento (manchas, rugas e flacidez) de queimadura e ajuda a prevenir o câncer de pele, e também pode conter extratos e ativos antioxidantes e anti-inflamatórios, que “limpam” parte da “sujeira” deixada pela radiação que escapou do filtro solar”.

“Esses ativos são importantes porque, como vimos, nenhum filtro confere 100% de proteção; e nem sempre aplicamos de maneira uniforme e na quantidade adequada”, acrescenta.

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Antioxidantes: Os antioxidantes minimizam a formação de radicais livres, que são átomos ou moléculas instáveis e altamente reativas que, em excesso, podem prejudicar as células sadias, e podem até mesmo reverter alguns danos causados por eles, de acordo com a especialista. Logo, “eles são considerados excelentes aliados no dia-a-dia”.

“A radiação solar, o infravermelho e a luz visível são capazes gerar radicais livres, que também danificam a membrana e a estrutura da célula, podendo, em casos extremos, levar à morte celular”, pontua a Dra. Jaqueline.

Cor: Quando o protetor solar possui cor, ele pode ajudar a uniformizar o tom da pele. No entanto, a médica enfatiza que essa não é a única vantagem que os filtros com cor podem trazer e cita que pacientes diagnosticados com melasma podem se beneficiar dessa característica do produto.

“Eles têm substâncias, normalmente o dióxido de titânio e óxido de zinco, que conferem proteção física à luz visível. São excelentes aliados principalmente para pacientes com melasma, já que as manchas podem piorar com a exposição prolongada à luz visível”.

Filtros químicos e físicos: Os protetores solares podem ser classificados em químicos e físicos de acordo com a forma que atuam.

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“Existem dois tipos de ação para o filtro solar. Os filtros físicos (óxido de zinco e dióxido de titânio) refletem a luz solar. É como se fosse uma parede de tijolos em que a luz bate e volta. Já os filtros químicos absorvem a radiação UV, transformando-a em baixa energia, sem capacidade de causar prejuízos. A maioria dos produtos ofertados no mercado, sem cor, conta com a proteção química, já os produtos com cor oferecem ambos tipos de proteção. Os filtros puramente físicos costumam apresentar na embalagem a informação de que são “100% mineral” e são mais indicados para pessoas de pele sensível ou sensibilizada. Ou ainda para aquelas que possuem doenças fotossensíveis”, explica a médica.

Fotoenvelhecimento: Ao encontrar a informação de que o produto protege contra o fotoenvelhecimento, tenha em mente que isso está reforçando a noção de que, no geral, o protetor solar é indispensável para prevenir o aparecimento de manchas e o envelhecimento precoce.

Luz visível: A luz visível, que é emitida pelo sol, também é proveniente das telas dos celulares, computadores e tablets.

De acordo com a Dra. Jaqueline Zmijevski, a luz visível pode ocasionar o surgimento de manchas e piorar o melasma.

Um estudo recente pontuou que, apesar da baixa irradiância efetiva emitida por dispositivos eletrônicos e luz artificial em relação à radiação solar, isso não significa que não possam surgir danos consequentes dos dispositivos eletrônicos, uma vez que as respostas da pele são relacionadas à integração de toda exposição diária à luz e todas as fontes de radiação.

“Dessa forma, as luzes azuis são potencialmente prejudiciais à pele a longo prazo”, diz a médica.

Protetor solar com repelente:  Apesar de parecer uma proposta interessante, é preciso ter alguns cuidados com os multifuncionais, especialmente, a respeito da quantidade de produto aplicada e da frequência das reaplicações.
Enquanto a quantidade de protetor solar aplicada deve ser generosa, a quantidade de repelente de insetos deve ser menor. Além disso, o repelente também deve ser aplicado com menos frequência do que o filtro solar.

Toque seco: Os rótulos também podem informar a textura ou o veículo do protetor solar, por exemplo, efeito matte, hidratante, toque seco, gel, creme, gel-creme, loção e bastão. “Todos esses são veículos que carregam as partículas protetoras e devem ser considerados na hora da escolha de um fotoprotetor, pois uma textura adequada ao seu tipo de pele e rotina ajuda na adesão ao uso diário”, conclui a Dra. Jaqueline.

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