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Como ficar loira sem estragar o cabelo: o guia definitivo

Da preparação, ao clareamento e cuidados pós-procedimento. Veja tudo que você precisa saber para manter os fios saudáveis

Por Larissa Serpa
Atualizado em 8 Maio 2024, 09h47 - Publicado em 8 set 2021, 09h16

“Ficar loiro é um compromisso.” Você já deve ter ouvido essa frase por aí. Isso porque os cuidados que acompanham a mudança devem ser levados — muito — a sério, se você quiser manter a saúde dos seus fios. Mas com celebridades como Jade Picon e Pocah clareando as madeixas, aquela vontade que sempre esteve no fundo da sua cabeça tem falado mais alto, não é?

Pesquisa aponta que mais de 1/3 das brasileiras querem ser loiras. Você é uma delas?

Não é segredo que as brasileiras amam os loiros — mesmo quando a tendência das mechas claras não está em alta pelo mundo, ela ainda é dominante por aqui. Uma pesquisa encomendada pela marca de tintura para cabelos Koleston em 2015 mostrou que 37% das brasileiras querem ser loiras. E isso se intensifica ainda mais conforme o verão vem chegando.

Em uma pesquisa feita no nosso Instagram, 31% das seguidoras de Boa Forma revelaram que têm ou já tiveram o desejo de clarear os cabelos.

ENTENDENDO O QUE FAZ UMA LOIRA

Elas são mais divertidas? Não, não é disso que estamos falando. “O que determina a cor de um cabelo é o tipo de pigmento. Existem dos tipos: a eumelanina e a feomelanina. A combinação entre esses dois pigmentos e a quantidade de cada um é que vai determinar o tom do cabelo”, explica a dermatologista Fernanda Porphilio, da Clínica Vanité.

Temos os pigmentos eumelanina (escuro) e feomelanina (claro) no cabelo, a quantidade de cada um difere e é isso que torna cada tom de cabelo único

 

 

A eumelanina é um pigmento maior e mais escuro, que varia do vermelho mais fechado ao preto. Já a feomelanina é um pigmento menor e mais claro, que vai do vermelho vivo ao amarelo. Nós geralmente possuímos os dois tipos, mas em quantias diferentes.

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“Para fazer a descoloração, é preciso abrir a cutícula do cabelo e remover esses pigmentos. Isso é feito com solução em água oxigenada (o descolorante) e, nesse processo, o pigmento não é a única coisa removida mas também proteínas, que compõem os fios. Além disso, o cabelo naturalmente é hidrofóbico, ou seja, ele possui uma camada que repele a água. Ao danificarmos os fios, abrindo as cutículas e removendo partes dele, ele se torna hidrofílico, atraindo a água. Isso deixa o cabelo com mais frizz e propenso a quebras”, ensina Fernanda.

O nível de clareamento depende do tempo que deixamos o cabelo na solução. Os mais escuros precisam de mais tempo para descolorir que os claros e os ruivos são os mais difíceis de descolorir, por conta do pigmento avermelhado. Quanto mais tempo, maior o dano.

“Em resumo, a descoloração afeta muito a saúde do cabelo”, diz a dermatologista. Mas isso não significa que está proibida (só em alguns casos, que contamos abaixo). Porém, deu pra perceber como é um processo bem agressivo? Por isso, é necessário o máximo de cuidado antes, durante e depois do clareamento.

Nós te contamos como:

PRÉ-LOIRICE

Antes de tudo, você precisa saber: se você já tem química no cabelo (como algum alisamento), é muito difícil manter a integridade dele adicionando outro procedimento químico (que é o caso do clareamento). Mas tudo vai depender de cada caso. “O cabelo precisa ser estudado, já que a compatibilidade química depende muito dos procedimentos prévios que foram realizados”, avisa Luigi Moretto, hair stylist de São Paulo.

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Sem os cuidados certos, seus cabelos podem ir pelo ralo – literalmente / (Aleksandr Zubkov/Getty Images)

Ou seja, se você não abre mão nem dos loiros e nem dos lisos, é preciso cuidar e entender como cada uma dessas químicas atua no fio para tomar a decisão com confiança. Mas por que um cabelo com progressiva (ou outras químicas) pode sofrer mais com o clareamento?

Cabelos com progressiva ou outras químicas vão sofrer muito mais e têm muitas chances de quebrar ao serem clareados

 

A química capilar muda o DNA dos fios, fazendo um processo parecido com o que Fernanda contou, abrindo as cutículas e fragilizando as ligações de proteínas que os formam. Quando você já tem essas ligações fragilizadas por uma química anterior, adicionar outra pode fazer com que elas quebrem muito, causando a quebra química dos fios.

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Então alguém que fez progressiva não pode clarear? Não é bem assim. Mas é necessário passar por um período de fortalecimento das fibras antes de partir para o loiro. “É importante fazer máscaras com frequência utilizando produtos que reconstroem a fibra capilar a base de queratina, proteína e aminoácidos, além de, claro, um acompanhamento de perto com um profissional que entenda dos fios que foram submetidos às químicas”, diz Luigi.

Máscaras de fortalecimento e séruns para o couro cabeludo serão seus melhores amigos nesta fase

 

Além disso, aposte em produtos que fortalecem os fios desde os bulbos, com séruns para o couro cabeludo como o Sérum Resistance, da Kérastase. Comece a aplicar nas raízes dos seus fios com muito antecedência, quando a ideia de ficar loira ainda é apenas isso: uma ideia. Isso porque esses produtos agem fortalecendo os novos fios que crescerão, deixando-os mais aptos a recebem químicas no geral. Mas mesmo os cabelos que já cresceram se beneficiam ao aplicar esses produtos no couro cabeludo. O fio em si pode não ficar mais forte, mas sua raiz sim, evitando quedas.

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Mesmo nos cabelos virgens é aconselhado seguir esses passos. Melhor prevenir do que remediar, certo?

Atenção!

Mesmo com todos os cuidados pré-tratamento, não deixe de fazer o teste de mecha sempre antes de clarear, para avaliar se seu fio foi fortalecido o suficiente para aguentar a nova química. Se seu cabelo se tornou quebradiço ou elástico nesse teste, você NÃO deve clarear.

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O PROCESSO DE CLAREAMENTO

Já fez todo o indicado pré-procedimento? Agora é hora de clarear. Mas cuidado! Há coisas que podem ser feitas durante o clareamento para minimizar qualquer dano.

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Todo cuidado é pouco nessa etapa / (dimid_86/Getty Images)

1. Entenda que é um investimento

Todo o processo, para ser o mais saudável possível, vai precisar de investimento de tempo, esforço, pesquisa e também dinheiro. Em primeiro lugar, investir em um bom cabeleireiro é crucial.

Reserve um tempo para sentar-se com mais de um, antes de começar, para discutir o que você quer fazer e o que é melhor para o seu cabelo, antes de decidir por um profissional. Além disso, investir em produtos realmente bons pode fazer a diferença. Principalmente o descolorante, ele deve ser de muito boa qualidade — cheque qual o cabelereiro usa e pesquise sobre ele. O mesmo vale para os produtos usados ​​no pós-tratamento.

2. Tratamentos durante o processo

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O pH Plex tem o maior PH do mercado, sendo mais potente para proteger os fios durante o clareamento. Clique aqui para comprar / (pH Plex/Divulgação)

Os tratamentos usados no descolorante também podem ajudar seriamente a reduzir os danos. Alguns profissionais adicionam tratamentos à água oxigenada para ajudar a proteger e reparar as ligações proteicas.

Quando você clareia os fios, o descolorante quebra as ligações de proteínas do cabelo, como já insistimos. Mas você já deve ter ouvido falar do Plex, um produto que é adicionado na mistura para proteger as proteínas naturais do seu cabelo e tornar o processo de clareamento mais seguro e menos prejudicial.

Como? Ele ajuda a fortalecer as ligações das proteínas e, portanto, as protege e evita que elas quebrem na remoção do pigmento.

3. Não faça isso rapidamente

A verdade é que uma grande parte de ficar loira sem realmente danificar seu cabelo é ser paciente e não fazer isso de uma vez. É importante criar um plano com seu cabeleireiro para iniciar o processo gradualmente e não ir direto do escuro para o platinado, por exemplo. O processo de clareamento é melhor realizado um pouco de cada vez, com mais de uma sessão e tratamentos intermediários (com máscaras de fortalecimento) para ajudar a combater os danos.

Sim, vai demorar mais tempo e você pode ter algumas fases estranhas entre a transição da cor (do preto para marrom, para caramelo, para loiro escuro, para loiro claro…) Mas esse processo, além de te ajudar a se acostumar com a mudança, vai proteger sua fibras.

PÓS-CUIDADOS

O resultado ficou lindo e saudável? Ótimo, mas saiba que o cuidado ainda é necessário e vai ser constante. Isso porque, por mais que você tenha seguido todas as etapas, para clarear, seu cabelo teve as estruturas fragilizadas e isso não dá para reverter, mas dá para fazer reparações constantes, afim de certificar que aqueles danos não ficarão perigosos.

loiro saudável
Os cuidados não acabam na primeira visita ao cabelereiro / (Dmitriy Pridannikov / EyeEm/Getty Images)

1. Shampoo, condicionador e máscaras

O cabelo vai ficar delicado e vai precisar que você use bons produtos que vão nutri-lo e protegê-lo ainda mais. Evite os muito abrasivos (de limpeza profunda) e invista em produtos que sejam realmente de boa qualidade, muito hidratantes e que incluam óleos naturais. Também é aconselhável conversar com seu cabelereiro para que ele te passe um cronograma capilar, em que você vai se comprometer a fazer máscaras capilares de nutrição, fortalecimento e hidratação, cada uma na frequência que seu cabelo pede — o profissional vai saber analisar e te dizer a frequência ideal de cada.

2. Matizadores

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Estrela de Oswald: tons posicionados em lados opostos se neutralizam / (Reprodução/Reprodução)

Eles são produtos com pigmentos que ajudam a manter a cor. Isso porque, com o tempo e os agressores como sol e poluição, o tom loiro oxida, deixando a cor amarelada ou alaranjada. Os matizadores usam as cores opostas do pigmento indesejado para neutralizar esses tons.

Confira com seu cabelereiro

Apesar de o matizador violeta ser o mais conhecido, ele não é o único no mercado e a escolha certa vai depender do subtom do seu loiro. O pigmento violeta neutraliza o amarelo e é ideal para loiros acinzentados mas, se você é uma loira de subtom dourado, por exemplo, é melhor optar por matizadores azuis, que vão tirar apenas o alaranjado dos fios. Fale com seu cabelereiro para que ele veja o melhor para seu caso.

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3. Proteja-o do calor

 

Se você usa ferramentas de calor no cabelo regularmente (como secador e chapinha), deve ser extremamente cuidadoso. Certifique-se de usar um protetor térmico para não estender os danos. Também tente usar uma configuração suave com eles — com temperaturas de no máximo 170 graus e pressão baixa (no secador). E, claro, qualquer outra ferramenta que você use, como sua escova de cabelo, deve ter cerdas macias, menos sujeitas a causar quebras.

4. Retoques

Quando se trata de retocar o cabelo depois de tingi-lo para manter a cor, o equilíbrio é fundamental. Não faça retoques muito regularmente, mas também não espere muito tempo por eles.

Se você esperar muito tempo entre os retoques, corre o risco de obter uma ‘faixa’ de tons ligeiramente diferentes de loiro em volta da sua cabeça, o que exigirá um trabalho de descoloração completo para corrigir.

Ao mesmo tempo, fazer retoques cedo demais pode fazer mais mal do que bem. É mais difícil para os coloristas clarearem as raízes mais curtas sem sobrepor o clareador na parte já descolorida e essa sobreposição de descolorante vai deixar seus fios piores do que quando você chegou.

Idealmente, se você puder fazer um retoque a cada quatro a seis semanas, é o ideal.

 

 

Carol Gattaz: capa da Boa Forma de setembro
Carol Gattaz: capa da Boa Forma de setembro (Patty Lima/BOA FORMA)

Esse especial faz parte da edição de setembro de 2021 de Boa Forma,
que traz a jogadora de vôlei Carol Gattaz em sua capa. 
Clique aqui para conferir os outros especiais.

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