Em entrevista recente ao The Wall Street Journal, a atriz Jennifer Aniston, de 54 anos, contou que realizou um procedimento estético (semelhante à limpeza de pele conhecida no Brasil) com esperma de salmão para rejuvenescer a pele.
Segundo o jornal, quando se trata de parecer jovem, a celebridade está disposta a experimentar qualquer coisa, incluindo ingredientes inusitados. “Primeiro eu disse: ‘Você está falando sério? Onde eu vou encontrar esperma de salmão?”, relatou ela.
Mesmo fazendo o tratamento, a estrela disse que não tem certeza de que ele realmente entregou algum resultado, pois também aposta em outras técnicas para cuidar da aparência, entre elas, a injeção de peptídeos. “Acho que isso é o futuro”, exclamou.
O QUE É?
Apesar de parecer uma ideia estranha, os cosméticos com esperma de salmão já se tornaram uma tendência na Coreia do Sul, por exemplo. Aos poucos, essa substância tem se mostrado poderosa também em procedimentos estéticos, inclusive no Brasil e nos Estados Unidos.
“Na verdade, quando se fala sobre esperma de salmão em tratamentos de beleza estamos nos referindo a uma substância chamada de polydeoxyribonucleotides, ou PDRN, composta por uma série de moléculas bioativas extraídas do DNA do esperma do salmão”, explica o Dr. Danilo S. Talarico, médico pós-graduado em Tricologia Médica e Dermatologia Clínica Cirúrgica.
FUNCIONA? QUAIS OS BENEFÍCIOS PARA A PELE?
Quando aplicado topicamente, o principal benefício da substância é a reparação da barreira cutânea, o que leva à uma melhora da hidratação e à redução da inflamação. Entretanto, no Brasil e no mundo, o PDNR já tem sido utilizado nos consultórios dermatológicos por meio de drug-delivery, a fim de garantir que a substância penetre profundamente na pele e ofereça ainda mais vantagens.
“No drug-delivery, usamos tecnologias como o laser erbium ou de picossegundos, radiofrequência microagulhada e até MMP (microinfusão de medicamentos na pele) para abrir canais que possibilitam que o PDRN possa atuar em diversas camadas, atingindo até mesmo a hipoderme, camada mais profunda do tecido cutâneo“, afirma o Dr. Danilo.
Dessa forma, o PDRN, graças às suas propriedades regenerativas, consegue contribuir para a cicatrização e para o estímulo de fibroblastos, responsáveis pela produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico, componentes fundamentais para a manutenção da beleza e jovialidade da pele.
De acordo com o Dr. Danilo, os resultados dos procedimentos com PDRN são extremamente naturais, porém eles não são imediatos, já que vão aparecendo conforme o colágeno, a elastina e o ácido hialurônico são estimulados. Por isso, de acordo com cada caso, podem ser recomendadas múltiplas sessões.
Outro uso do PDRN que tem se destacado ao redor do mundo é a aplicação injetável, que, apesar de ainda não ser aprovada pela Anvisa, deve chegar em breve ao Brasil.
“A aplicação injetável permite fazer com que a substância atue diretamente onde queremos, agindo a nível celular para garantir máxima eficácia no estímulo da síntese de colágeno, elastina e ácido hialurônico. Com isso, a pele fica muito mais firme, jovem, elástica, com menos rugas e flacidez, hidratada e uniforme“, diz o médico, destacando que essa técnica também pode ser utilizada de maneira preventiva, ou seja, para retardar o processo de envelhecimento.
E PARA OS CABELOS?
“O drug-delivery com PDRN também pode ser realizado no couro cabeludo. Na região, a substância, por sua ação regenerativa, estimula a proliferação celular no bulbo capilar, mais especificamente no ‘bulge’ dos folículos pilosos, acelerando o crescimento dos fios, que se tornam mais fortes, grossos e saudáveis”, acrescenta o expert.
É SEGURO?
Devido à sua origem, o PDRN pode causar uma certa estranheza. No entanto, o médico garante que ele é muito seguro e bem tolerado tanto no drug-delivery quanto nas técnicas injetáveis. “O DNA do salmão é similar ao DNA humano. Então, a substância possui alta compatibilidade com o nosso organismo. Além disso, durante o processo de extração e purificação da substância, são removidos peptídeos e proteínas que podem provocar reações imunes, evitando complicações até para pacientes alérgicos a frutos do mar“, conclui.