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Como a criolipólise deixou uma supermodelo desfigurada

O procedimento procura diminuir a gordura localizada, mas pode gerar complicações que aumentam a quantidade de células adiposas

Por Marcela De Mingo
31 mar 2022, 08h00
cripolipólise Linda Evangelista
 (Newspix / Pexels/Divulgação)
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A supermodelo Linda Evangelista deu, em fevereiro deste ano, a sua primeira entrevista em cinco anos. Isolada da sociedade e escondida em sua casa, o motivo não era uma busca interior ou um período sabático. Na verdade, ela lidava com o próprio inferno pessoal: os resultados desastrosos de um procedimento estético chamado CoolSculpting (ou criolipólise, em português). 

Em imagens impressionantes na capa da revista People, Linda mostra as mudanças na sua aparência e fala que deixou de se olhar no espelho por medo do que via. 

Essa não é a primeira, nem será a última vez que vamos ouvir histórias sobre procedimentos estéticos que deram errado, mas é sempre válido compreender o que está por trás desses erros e das consequências de procedimentos como esse. 

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O QUE É CRIOLIPÓLISE? 

“A criolipólise é um procedimento não invasivo que destrói as células de gordura através do resfriamento”, explica Fernanda Porphirio, dermatologista da Clínica Vanité, em São Paulo. “Ela pode ser utilizada em determinadas regiões, como abdômen, flancos, costas e submentoniana, e interno de coxa, onde houver acúmulo de gordura. O volume de gordura na área tratada é reduzido sem danificar os tecidos ao redor.”

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O tratamento é indicado, exclusivamente, em regiões de gordura localizada e não pode ser usada, por exemplo, como uma técnica de emagrecimento ou em pessoas acima do peso. 

A expectativa é que o CoolSculpting reduza a gordura local entre 20 e 30%, na região tratada. “Os resultados variam de pessoa para pessoa, e tem o seu resultado final após dois ou três meses de procedimento”, continua. 

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Apesar da história de terror relatada pela supermodelo, a criolipólise é, sim, um procedimento seguro, e deve ser realizada por um profissional capacitado, com um aparelho específico e adequado. 

Sempre existe a possibilidade de complicações, como queimaduras de 2º a 3º graus, que podem levar à manchas hipercrômicas no local de aplicação. “Mas, geralmente, esses aparelhos são seguros, têm medidas de segurança para não ultrapassar as temperaturas ideais e não gerarem esse tipo de complicação”, tranquiliza a médica.

O QUE ACONTECEU COM LINDA EVANGELISTA? 

No caso da modelo, o que aconteceu foi uma anomalia. Na verdade, ela teve uma complicação bastante rara, chamada hiperplasia adiposa paradoxal, que pode aparecer de um a seis meses após a realização do procedimento. 

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“Caracteriza-se por uma proliferação de células adiposas no local tratado, ao invés de ‘destruir’ o tecido que era o alvo do tratamento”, explica a médica. “Essa é uma complicação que não é previsível. Ela pode acontecer como uma reação individual do organismo – não tem nada no organismo da pessoa ou na sua característica corporal que indique que isso pode acontecer.”

Infelizmente, essa não é uma complicação reversível. É possível tratá-la com a ajuda de uma lipoaspiração, removendo mecanicamente as células adiposas que sofreram aumento naquela região, mas isso, como bem sabemos, leva tempo e investimento. 

Por isso, contar com o auxílio de um médico de confiança e avaliar todos os riscos e possibilidades antes de fazer um procedimento estético é vital para evitar complicações e desconfortos futuros. 

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