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Afinal, uma taça de vinho por dia é mesmo bom?

Apesar de ser uma bebida alcoólica, muitos acreditam que uma taça ao dia pode trazer diversos benefícios para a saúde

Por Amanda Ventorin
24 fev 2022, 10h00

Além de ser delicioso, o vinho é a bebida perfeita para acompanhar uma bela refeição com um grupo de amigos. Mas além da sua função social, há indícios de que uma taça de vinho por dia ajuda a saúde. Será que é verdade? Nós consultamos especialistas para descobrir.

AFINAL, POSSO TOMAR VINHO DIARIAMENTE?

Já ouviu dizer que a diferença entre o veneno e o remédio é a dose? Pois é. De acordo com Viviane Gomes, nutricionista do Instituto Castro, o consumo de 1 taça de vinho ao dia pode ser benéfico a saúde, pois é rica em antioxidantes prevenindo de alguns problemas de saúde.

BENEFÍCIOS DO VINHO

No vinho encontramos diversos ativos benéficos a saúde, como:

Resveratrol: encontrada na casca da uva roxa, prevenindo contra algumas doenças como câncer, infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e diabetes.

Taninos e Flavonóides: são antioxidantes presentes no vinho tinto que contêm ação pré-biótica aumentando a quantidade das bactérias benéficas no intestino, além disto fortalece o sistema imunológico.

Polifenóis: também presente na casca da uva, aumentando os níveis de colesterol bom (HDL) e diminuindo o colesterol ruim (LDL). Com isso, inibe a formação de placas de gordura no sangue, evitando os trombos que causam os Infartos e AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ainda de acordo com a profissional, os polifenóis ajudam a diminuir o açúcar do sangue, aumentando a insulina e reduzindo a glicose livre, prevenindo da diabetes.

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PORÉNS

O cardiologista Marcelo Cantarelli explica que, apesar dos benefícios, a quantidade dessas substâncias no vinho são pequenas, fazendo com que seus benefícios sejam alcançados a longo prazo e difíceis até de se confirmar em grandes estudos. “Os principais estudos com consumo de vinho são feitos experimentais em animais em vitro, em que as doses utilizadas de resveratrol por exemplo, são maiores e esses benefícios são mais claros. Mas de certa forma, a gente pode dizer que o consumo de vinho moderado pode ser benéfico”.

Essas substâncias antioxidantes também são encontradas em outros alimentos como laranja, açaí, amora e cereja.

QUAL VINHO CONSUMIR?

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A primeira diferença entre os vinhos é a questão de qual se deve consumir, vinho tinto ou vinho branco? “O vinho tinto traz uma quantidade muito maior das substâncias, polifenóis e flavonoides que são substâncias benéficas, e contém 10 vezes mais polifenóis que o vinho branco, e isso é um processo de fabricação, já que o vinho tinto é feito com a uva inteira, cascas e são maceradas por muito tempo. essas substâncias estão mais presentes na casca do que na poupa da uva e o vinho branco é feito com a poupa, apenas” explica Marcelo.

Há uma série de divisões entre castas e uvas, onde algumas têm mais polifenóis que outras. A que mais traz esses ativos é a uva Tannat, muito comum na região Uruguai e do sul.

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De acordo com Viviane, no Vinho Suave encontramos um sabor mais adocicado que acaba agradando mais o paladar, mas a qualidade e suas propriedades já são menores, pois é elaborado a partir de uvas mais comuns como a Niagara ou Herbermont.

No Vinho Seco, por sua vez, encontramos um sabor mais marcante e forte, sendo mais ácido. A sua elaboração é a partir de uvas mais nobres como a Merlot, Carbenet Sauvignon entre outras, que possuem mais dos ativos benéficos.

POSSÍVEIS MALEFÍCIOS 

Apesar de ter seu lado positivo, não podemos esquecer de que o vinho é uma bebida alcoólica que pode, quando não consumido de maneira correta, prejudicar a saúde e a vida daqueles que o consomem.

Seu excesso pode levar a obesidade, já que possui um valor calórico alto (uma taça de vinho seco com 150 ml cerca de 123 Kcal podendo ser um pouco maior dependendo do safra da uva). Além disso, pode trazer outras consequências como a dependência, cirrose hepática e até mesmo problemas para o coração.

“Alertamos também que para o consumo de uma taça de vinho ao dia, não se pode ter o consumo de medicamentos diários. Se a pessoa estiver na terceira idade, é necessário orientação de uma equipe multidisciplinar (médicos, nutricionistas etc) para que o consumo não venha causar danos a saúde” aconselha Viviane.

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