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Tomar café em jejum faz mal? Profissional explica os efeitos

Hábito comum entre muitas pessoas, tomar café em jejum é uma atitude que ainda gera debates quanto à saúde. Confira se é contraindicado

Por Ana Paula Ferreira
29 nov 2023, 10h00
Entenda os efeitos do café em jejum no corpo (master1305/Freepik)
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Tomar café em jejum faz parte da rotina de muitas pessoas que não abrem mão de começar o dia com a bebida. Essa ação, contudo, ainda gera polêmicas quanto a seus benefícios e malefícios, virando tema de uma série de pesquisas ao redor do mundo.

Em um estudo publicado no British Journal of Nutrition, revista científica da Cambridge University, por exemplo, homens e mulheres saudáveis foram submetidos a três experimentos noturnos.

No primeiro, os participantes tiveram uma boa noite de sono e consumiram uma bebida açucarada ao acordar pela manhã. No segundo grupo, tiveram uma noite de sono interrompida (acordados a cada hora, por cinco minutos) e, ao acordar, receberam a mesma bebida açucarada. E no terceiro experimento, os voluntários experimentaram a mesma perturbação do sono (ou seja, foram acordados durante a noite), mas desta vez receberam primeiro um café forte, 30 minutos antes de consumir a bebida açucarada.

Tomar café em jejum: o que apontou o estudo

Após os testes, amostras de sangue dos participantes do estudo foram coletadas. O estudo mostrou que o café sem açúcar, consumido antes do desjejum, aumentou em cerca de 50% a glicose no sangue durante a refeição matinal.

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“Esses resultados mostram que somente uma noite de sono interrompido não piora a resposta de glicose e da insulina dos participantes ao café açucarado, em comparação com uma noite normal de sono”, explica o endocrinologista Rander Alves, da clínica Les Peaux.

“No entanto, começar um dia após uma noite de sono ruim, com um café forte, teve um efeito negativo no metabolismo da glicose em cerca de 50%. Diante disso, podemos concluir que o hábito de beber café forte ajuda no despertar após uma noite de sono mal dormida, mas pode diminuir a capacidade do nosso corpo em eliminar o açúcar no sangue”, completa ele, ressaltando, então, que o consumo da bebida logo após acordar pode prejudicar no equilíbrio hormonal e atrapalhar o funcionamento do organismo.

Relação do consumo de café e cortisol

Perguntado a respeito das respostas do cortisol diante do consumo de café, Alves explica:

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“O cortisol, conhecido como ‘hormônio do estresse’, prepara o corpo para situações de estresse e medo e também para despertar e iniciar o dia, e por esse motivo, temos os níveis deste hormônio mais elevados pela manhã ao acordar. O fato é que o consumo de cafeína nesse período não é o ideal, pois nosso organismo já está produzindo o hormônio que vai nos deixar acordados”, aponta o profissional.

E continua: “A cafeína, neste caso, não tem efeito cumulativo: o cortisol diminui os benefícios energéticos do café e ainda faz com que seu corpo fique mais tolerante a ele, sendo necessária cada vez mais xícaras de café para você sentir seus efeitos”.

Segundo o endocrinologista, esse aumento da tolerância à cafeína pode levar a níveis elevados de cortisol e aumentar riscos para a saúde, como o diabetes e aumento da pressão arterial, ansiedade, insônia e ganho de peso.

“O pico da produção  de cortisol é variável entre os indivíduos e seu estilo de vida, mas geralmente estão entre as 8h e 9h da manhã, 12h e 13h e 17h30 e 18h30. O ideal, então, seria o consumo do café nos horários em que seu corpo não está em pico de cortisol, entre 9h30h e 11h30, 13h30 e 17h, que são momentos de mais energia para seguir o dia”, ele finaliza.

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