O mel é adoçante natural, expectorante, ingrediente para alimentos doces e salgados e até esfoliante… Mas, mesmo sendo usado há milênios para diversos fins, ainda há quem tenha dúvidas comuns, como se o mel engorda ou estraga.
Diante disso, Daniel Cavalcante, doutor em Tecnologia de Alimentos, presidente da Associação Brasileira de Estudo das Abelhas (A.B.E.L.H.A.) e CEO da Baldoni, esclareceu algumas das principais questões sobre este alimento nutritivo e delicioso. Confira a seguir!
Mel engorda?
Como todo alimento rico em açúcares, o mel deve ser consumido com moderação por pessoas que estejam em processo de perda de peso.
“Isso não é algo exclusivo do mel, qualquer alimento consumido em excesso vai acabar resultando em ganho de peso. Mas dentro de uma dieta equilibrada e elaborada com ajuda de um profissional, o mel pode ser uma alternativa mais saudável do que o açúcar, refinado ou mascavo, e adoçantes sintéticos, para deixar os alimentos mais saborosos”, aponta ele. Também é importante ressaltar que o mel não deve ser consumido por crianças menores de dois anos de idade.
Mel não estraga?
É muito comum ouvir, principalmente de pessoas mais velhas, que o mel é um alimento que nunca estraga. Porém, quando compramos, existe uma data de validade impressa na embalagem. Por ser composto em 80% por açúcares (principalmente frutose e glicose) e pobre em água, ele é um ambiente impróprio para a proliferação de microrganismos, como bactérias e fungos.
“Embora o prazo de validade impresso nas embalagens seja de cerca de 24 meses, se bem armazenado, em abrigo da luz e da umidade, o produto não vai estragar e pode ser consumido depois desse período, embora seja importante lembrar que as garantias nutricionais definidas pelo fabricante terão validade dentro das regras estabelecidas”, aponta Cavalcante.
“Um mel estragado, em virtude de alta umidade e armazenamento incorreto é de fácil reconhecimento. Ele fermenta e apresenta um cheiro muito característico, parecido com álcool ou vinagre. Se tiver uma dessas características, o mel não deve ser consumido em hipótese alguma”, explica.
O produto cristalizado está estragado?
Mesmo bem armazenado, não é incomum encontrar o mel com algumas pedrinhas, que, inclusive, dificultam bastante a retirada do alimento da bisnaga. Para muitas pessoas, esse é um sinal de que o mel estragou ou que se trata de um produto de qualidade inferior, mas não é nem um e nem o outro.
A cristalização é um processo natural que ocorre ao longo do tempo. “É um bom sinal de que o mel é legítimo, 100% natural, e que não passou por nenhum procedimento que fizesse com que perdesse suas propriedades e nutrientes. Um mel que não cristaliza, inclusive, pode ser, dentre outras características, um sinal de adulteração”, destaca Cavalcante.
Nesses casos, para que o mel cristalizado se torne viscoso novamente, basta seguir os seguintes passos:
- Aqueça água em uma panela grande o suficiente para imergir a embalagem toda, deixando a tampa para fora;
- Desligue o fogo quando a temperatura da água chegar em 45ºC, não ferva a água – a temperatura deve ser suficiente para manter a mão submersa por cinco segundos;
- Deixe a embalagem por tempo suficiente para que os cristais se dissolvam;
- Se necessário, aqueça novamente a água.
Importante: nunca coloque no micro-ondas. Isso pode fazer com que o mel perca suas propriedades nutricionais.
Mel tem açúcar?
Mel é sinônimo de doçura, mas, afinal, o que torna seu sabor doce? Açúcares naturais produzidos pelas abelhas a partir do néctar das flores.
O mel é composto basicamente de monossacarídeos, como glicose e frutose, mas também é rico em proteínas, aminoácidos, ácidos orgânicos e outras substâncias, por exemplo, maltose e outros oligossacarídeos, que também são açúcares, caso da sacarose. Já o açúcar de cana contém apenas glicose.
Onde armazenar o mel?
O local mais adequado para armazenar o mel é uma despensa ou armário. O mais importante é que o produto esteja em abrigo de luz e umidade, que é o que vai ajudá-lo a manter suas características nutricionais e todos os nutrientes.