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Leite é inflamatório? Nutricionista esclarece

Diante do aumento da busca por dietas anti-inflamatórias, profissional explica se o leite é ou não um alimento com efeito inflamatório!

Por Ana Paula Ferreira
28 Maio 2024, 16h00

Apesar de fazer parte da rotina de muitas pessoas, o leite de vaca é um alimento que costuma render algumas dúvidas e polêmicas. E, diante do aumento do interesse das pessoas por dietas anti-inflamatórias, uma questão a respeito dele acabou se tornando bastante comum: afinal, o leite é inflamatório ou não?

Leite é inflamatório?

Estudos recentes indicam que o consumo de leite e produtos lácteos não demonstram ter um efeito pró-inflamatório em adultos saudáveis, com sobrepeso, obesidade, síndrome metabólica ou diabetes tipo 2.

De acordo com Fernanda Maniero, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Anhanguera, a maioria das pesquisas sugere, na verdade, um efeito anti-inflamatório significativo desses produtos em pessoas saudáveis ou com distúrbios metabólicos, conforme informações do Journal Advancesin Nutrition.

“O consumo de laticínios não é inflamatório, pelo contrário, está associado à diminuição dos níveis de PCR (Proteína C-Reativa), um marcador de inflamação. Os mecanismos por trás desses efeitos incluem a ação de ácidos graxos específicos e a presença de peptídeos bioativos nos laticínios, que têm propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes”, afirma a profissional.

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E completa: “É Importante desmistificar também que o leite não ajuda a inflamar mais quando as pessoas estão doentes”.

Fernanda explica que os laticínios são uma fonte rica em diversos nutrientes essenciais para o corpo, como o cálcio, que é crucial para a saúde óssea e dental. “O consumo regular de leite está ligado a uma série de benefícios para a saúde, incluindo a prevenção de doenças crônicas, cardiovasculares e osteoporose, além de promover um melhor desempenho cognitivo.”

Entretanto, ela alerta que o leite pode ser problemático para pessoas com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), podendo, neste caso, causar uma resposta inflamatória. “No entanto, para quem não tem alergias, o consumo de laticínios pode realmente ajudar a melhorar os marcadores inflamatórios em adultos”, aponta.

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Qual tipo de leite escolher?

Para aqueles que são intolerantes à lactose, o consumo de leite pode variar dependendo do grau de intolerância (leve, moderado ou grave), podendo consumir quantidades que sejam confortáveis para eles. Além disso, eles podem optar por leites sem lactose ou usar suplementos de lactase para ajudar na digestão quando consomem leite.

Segundo Fernanda, os principais tipos de leite disponíveis no mercado diferem pelo teor de gordura, pela adição ou exclusão de nutrientes específicos e pelo tipo de tratamento térmico utilizado na fabricação. “É importante destacar que a escolha de cada tipo de leite deve ser avaliada individualmente e não está relacionada a um potencial efeito inflamatório, pois estudos indicam um efeito anti-inflamatório, além dos benefícios associados ao seu consumo”, ressalta a professora.

Recentemente, o leite tipo A2A2 começou a ser comercializado no Brasil, proveniente de rebanhos cujos animais possuem apenas os genes A2A2, produzindo a proteína β-caseína A2. “Essa diferença é significativa, pois a β-caseína A1 pode causar desconforto gastrointestinal em algumas pessoas que consomem leite de vaca, mesmo sem serem intolerantes à lactose”, explica a nutricionista.

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“Por outro lado, há crenças populares de que o leite UHT não é seguro, o que não corresponde à realidade. O leite UHT passa por um processo altamente seguro e validado desde meados do século 20, garantindo sua qualidade e segurança microbiológica”, complementa.

Por fim, Fernanda salienta ainda que crianças que consomem a quantidade recomendada de laticínios têm menor risco de deficiência de nutrientes essenciais, como cálcio, magnésio, fósforo, proteínas, riboflavina, vitaminas A, B12 e D, selênio, potássio e colina. “O leite pode ajudar a controlar a pressão arterial e reduzir o risco cardiovascular, e possui efeitos antiobesidade e antidiabéticos”, conclui.

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