Em momentos de ansiedade e estresse, é comum que as pessoas procurem por guloseimas e alimentos processados com excesso de calorias para aliviarem suas emoções. Contudo, quando o ato de comer passa a acontecer em curtos intervalos de tempo, repetidamente, entende-se que o quadro pode significar uma compulsão alimentar, um transtorno que afeta 5% da população do Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), impactando diretamente a quantidade e qualidade dos alimentos ingeridos.
De acordo com a consultora nutricional da Jasmine, Adriana Zanardo, além da anorexia nervosa e bulimia nervosa, a compulsão alimentar é um dos transtornos mais comuns na atualidade. As causas, segundo ela, podem variar de indivíduo para indivíduo, considerando fatores psicológicos, hereditários e sociais, que devem ser avaliados por um especialista.
“Ao ‘descontar’ as emoções na comida, surge a sensação de alívio, que, posteriormente, se transforma em um sentimento de culpa. O paciente com compulsão alimentar lida com emoções intensas. Ao mesmo tempo que a comida traz o conforto e a segurança, também gera a frustração pela falta de controle. Por isso, precisamos entender a doença para além de uma causa física”, pontua a profissional.
O impacto repercute não só no indivíduo, mas também nas relações sociais, como por exemplo, nos encontros de família ou nas saídas com os amigos. “Para o paciente com compulsão alimentar, um simples jantar pode ser um desafio. Por isso, é fundamental o acompanhamento com psicólogo e nutricionista (preferencialmente, especialistas em transtornos alimentares), além do psiquiatra em alguns casos. Em conjunto, irão trabalhar as possíveis causas para a doença, oferecendo ao paciente ferramentas para lidar com a condição no dia a dia”, orienta Adriana.
Como evitar a fome emocional e compulsão alimentar
Para incentivar uma alimentação saudável, confira as dicas nutricionais recomendadas pelo Ministério da Saúde. Segundo a profissional e consultora da Jasmine, ao seguir essas orientações, o paciente pode alcançar resultados positivos, reduzindo os riscos de desenvolvimento de outras doenças como diabetes, colesterol e até alguns tipos de cânceres. Vale lembrar, porém, que as recomendações não excluem a necessidade de uma avaliação individual.
- Escolha opções naturais
A regra de ouro é optar por alimentos naturais e minimamente processados: frutas, leguminosas e grãos integrais são algumas alternativas inteligentes;
- Comece aos poucos
Comece incluindo um ou dois ingredientes saudáveis em sua rotina até acostumar o paladar. A aveia, por exemplo, contribui para a redução da fome e diminuição da absorção de gorduras, devido à presença de fibras. Pode ser combinada com vitaminas, frutas e iogurtes. Já a Chia é rica em ômega-3, fonte de fibras, magnésio e potássio.
- Atenção à quantidade
Ao preparar as refeições principais, modere a quantidade de ingredientes utilizados, dentre eles, o óleo, o sal e o açúcar.
- Faça as pequenas refeições
As pequenas refeições são fundamentais, uma vez que elas ajudam a minimizar a fome para as refeições principais.
- Siga uma rotina
Ao manter uma rotina com horários é mais fácil controlar o consumo dos alimentos. Assim, planeje suas refeições e evite beliscar o tempo todo;
- Reduza o uso do celular
Na hora da refeição, evite usar celular ou ter outras distrações. Se possível, mantenha o foco total na sua alimentação;
- Guarde no lugar certo
O armazenamento correto dos produtos também é uma forma de cuidar da saúde. Por isso, mantenha os seus itens prioritários sempre à vista. Por exemplo, a granola pode ser colocada em um local de fácil acesso para facilitar a rotina matinal.