Meu pai tem diabetes, então, desde pequena, me acostumei com o cenário da doença. Perceber os sintomas em mim foi a gota d’água para mudar de vida.
Nunca fui a magrinha do colégio, mas curtia os esportes. Quando nova, pratiquei lutas e esse hábito deixou meu corpo definido. Meu ritmo ativo foi desacelerando aos 18 anos, na época da faculdade. Não achava tempo para continuar com os exercícios e comia croissant todos os dias. Era mais fácil, né? No fim do curso, atingi 87 quilos – 20 quilos a mais em quatro anos.
Mas para mim estava bom. Não me incomodava. Até que no meio do ano passado tomei um susto. Em uma manhã, fui ao banheiro e percebi que minha urina espumou. Como meu pai é diabético, eu sei que esse é um sintoma característico da doença. Já no caminho do trabalho, passei em uma farmácia para medir meu nível de glicemia e estava em 190 mg/dL (o normal não passa de 110 mg/dL, em jejum). E eu sei como é a vida do meu pai, os remédios, os problemas de vista… Chorei por um dia inteiro e pensei: “Não quero isso para mim!”
Iniciei a dieta. Eu sempre comi em grandes quantidades, então o primeiro passo foi reduzir o tamanho do meu prato. Funcionou! Logo perdi uns 5 quilos. Ao ver resultado, me animei em voltar para a academia. Encarei corrida na esteira todos os dias, juntamente com um pouco de musculação. Ainda fazia jump em casa. Com isso, mais 5 quilos foram embora.
Após um tempo praticando atividade física, desconfei que talvez a minha alimentação não estivesse correta. Olhava o que as pessoas comiam e lia sobre o assunto, mas não entendia muito bem a diferença entre os alimentos. Para resolver isso, fui ao endocrinologista. Troquei carboidratos refinados por integrais, limitei os doces aos com pouco ou zero açúcar e aumentei a quantia de água por dia. Feito isso, enxuguei 15 quilos nos meses seguintes, totalizando os 25.
Hoje, por mais que o meu objetivo seja ganhar massa magra (sou das que gostam de um look mais fortinho), meu treino de aeróbico é intenso porque tenho tendência a acumular gordura. Independentemente do exercício que eu vá praticar, o aquecimento é sempre bem dinâmico. Na hora da musculação, faço em forma de circuito com descanso ativo – a cada dois aparelhos, pratico uma série de abdominal, por exemplo – para o corpo não esfriar. Sigo essa rotina cinco dias por semana e descanso dois.
Tento ao máximo fazer as minhas escolhas com bom senso. Não me privo de churrasco com a família, festas de aniversário, rodadas de pizza. Mas, se exagero, sei que vou precisar eliminar tudo depois, pegando mais pesado no cárdio nos três dias seguintes. Atualmente, consigo dominar meu psicológico porque estabeleci uma meta na minha vida: me amar sempre! E fico mais feliz ainda quando alguém fala: “Perdi tantos quilos quando vi sua transformação”. Saber que infuenciei pelo menos uma pessoa a conseguir desfrutar do sentimento de se gostar de novo é motivador.
3 sinais de que Mirella é gente como a gente
1. Ela engorda com facilidade.
E, para ficar na linha, não tem vergonha da marmita. A tendência a acumular pneuzinhos no abdômen não a desanimou. Em vez disso, ela adaptou todo o seu exercício para queimar o máximo de gordurinhas, inclusive na musculação.
2. Ela já pensou em desistir.
Não é fácil para ninguém comer salada enquanto a família devora uma macarronada na sua frente. Mas foi nesses momentos que Mirella encontrou a sua força de vontade. E agora ela nem cogita a ideia de trocar todos os benefícios de um estilo saudável pela vida que levava antes. Isso inclui, além de uma boa saúde longe da diabetes, um corpo incrível
e um armário cheio de croppeds e saltos altos.
3. Ela posta (e acompanha) TU-DO nas redes sociais.
Mirella vive no Instagram (@mirellalevorin) pegando dicas de alimentação nas páginas dos nutricionistas. Mas o seu vício do momento é o Snapchat! Para ela, ver que outras pessoas e até as blogueiras mais famosas levantam supercedo para malhar e seguem firme na dieta dá motivação.