Não é novidade que a saúde emocional, muitas vezes, tem uma grande influência tanto na perda quanto no ganho de peso. Diante disso, algumas pessoas acabam fazendo o que é chamado de “comer as emoções”, ou seja, comer sempre que acontece alguma alteração emocional, seja muita alegria, mais estresse e ansiedade ou um momento de tristeza, por exemplo.
Para a psicóloga Valeska Bassan, especialista em transtornos alimentares, esse é um ato que impacta a vida de inúmeras pessoas que, muitas vezes, não se dão conta do que está acontecendo. “Comer por estar feliz, comer por estar triste, por estar ansioso ou por estar estressado são apenas alguns dos sentimentos que criam uma relação doentia com a comida, que pode resultar em inúmeros transtornos alimentares, mas que podem ser tratados”, ela afirma.
Possíveis causas para transtornos alimentares
Entre os problemas que podem desencadear transtornos alimentares, a psicóloga destaca os cinco principais pontos de atenção. São eles:
1Infância
Desde cedo, muitos são condicionados a associar comida com conforto. Um exemplo clássico é dar doces a uma criança para parar de chorar ou como forma de recompensa por comer todo o prato de comida.
Hábitos e rotinas
A repetição de comer em resposta às emoções pode solidificar o comportamento, tornando-o um hábito automático. Por exemplo, ao se sentir triste, alguém pode instintivamente procurar sorvete ou chocolate.
3Comida como “automedicação”
Os alimentos oferecem um alívio temporário dos sentimentos negativos. Essa sensação de conforto é seguida de sentimentos de culpa e vergonha, perpetuando um ciclo de comer emocional.
4Fatores sociais
As redes sociais podem desencadear sentimentos de inadequação e solidão que acabam sendo descontados na comida.
Pressão cultural e expectativas sociais
A cultura e as expectativas sociais em torno do corpo ideal e da alimentação perfeita podem contribuir significativamente no surgimento e na manutenção do comer emocional.
“É fundamental analisar todas as camadas emocionais que podem estar contribuindo para problemas que afetam a autoestima e prejudicam a saúde de modo geral. Muitas vezes, a comida serve como um conforto temporário ou uma forma de distração das emoções, o que pode criar um ciclo vicioso”, alerta a profissional.
E conclui: “Portanto, é importante reconhecer o comportamento de comer emocionalmente e este não deve ser motivo de vergonha. A terapia pode ajudar a desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento e a fomentar uma relação mais compassiva e gentil consigo mesmo”.