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O que o BBB22 nos ensina sobre transtornos alimentares

O reality show trouxe uma série de participantes que mostram relações problemáticas com a comida

Por Marcela De Mingo
19 mar 2022, 08h00
transtornos alimentares
 (cottonbro / Pexels/Divulgação)
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O Big Brother Brasil 22 é um programa que sempre levanta polêmicas e conversas importantes e, desta vez, não foi diferente. Arthur Aguiar virou um dos assuntos mais comentados no Twitter porque não conseguia parar de comer carboidratos – alimento que ele dizia ser proibido de ingerir na sua rotina normal. Thiago Abravanel chamou a atenção por, mais de uma vez, romantizar a obesidade e Bárbara Heck gerou preocupação ao pular refeições e evitar comer. 

Tudo isso nos levou a uma mesma reflexão: como os transtornos alimentares são mais comuns e variados do que imaginamos. Por isso, hoje vamos entender melhor o que são e como identificar esses transtornos. 

O QUE É UM TRANSTORNO ALIMENTAR?

“Os transtornos alimentares são alterações de rotina alimentar e social, que são caracterizadas como uma péssima ou ruim relação com a comida”, explica o Dr. Guilherme Corradi, especialista em Medicina do Esporte e pós-graduado em Medicina do Estilo de Vida. 

Diante disso, existem transtornos que vão desde a anorexia, que é a ausência de alimentação; passando pela bulimia, quando o paciente força o vômito ou a diarreia; e indo até à compulsão alimentar, o exagero de consumo, geralmente compensando alguma questão emocional. 

“Podemos classificar os transtornos como a má relação entre o indivíduo e a sua forma de se alimentar, ou seja, ele é comportamental e também social”, explica. 

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A imagem que temos de uma pessoa com transtorno alimentar é, normalmente, a de alguém muito magro, com ossos aparentes. E, de fato, é possível que uma pessoa apresente essa fisiologia, como no caso dos anoréxicos. No entanto, também podemos ir para o outro lado do espectro, como os pacientes compulsivos, que podem apresentar obesidade e sobrepeso. 

“Nem sempre quem tem transtorno alimentar é magro”, diz o Dr. Guilherme. “Temos como exemplo também a vigorexia, quando o paciente tem um distúrbio de imagem que não tem a ver com a relação com a comida, e sim com a busca de um corpo perfeito e musculoso.”

Outro caso é a ortorexia, em que o paciente cria um distúrbio alimentar relacionado à pureza do alimento – por exemplo, alguém que está sempre preocupado com a procedência daquele alimento, se é orgânico ou não, como foi feito, etc. Isso, inclusive, atrapalha a sua relação social. 

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COMO IDENTIFICAR UM TRANSTORNO ALIMENTAR? 

Quem vive esses transtornos pode ter dificuldade de perceber quando ele começa a se manifestar. Ainda assim, é interessante entender os sinais e sintomas, seja para criar uma consciência maior sobre a sua relação com a comida ou ao lidar com alguém que, de fato, começa a apresentá-los. São eles: 

  • Preocupação excessiva com o corpo: a pessoa vira escrava do espelho e da balança;
  • Isolamento social por se sentir acima do peso;
  • Sentimento de culpa após as refeições;
  • Preocupações constantes com o que será comido;
  • Idas frequentes ao banheiro após as refeições: o doente, inclusive, liga o chuveiro e abre a torneira para disfarçar o barulho da indução ao vômito;
  • Acordar à noite com frequência e ir até à cozinha;
  • Procurar motivos para não se alimentar;
  • Oscilação frequente de peso. 

QUAL O TRATAMENTO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES?

Os transtornos alimentares são doenças comportamentais e sociais, o que significa que o seu tratamento deve ser multifatorial. O suporte psicológico é vital, assim como o medicamentoso e o psiquiátrico. 

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Adequar uma dieta nutricional com avaliação metabólica também é importante, pois evita problemas causados pelo meu hábito alimentar durante o seu tempo de duração. 

“Muito mais que reconhecer o transtorno e iniciar o tratamento, o paciente precisa ser acompanhado durante um tempo”, continua o médico. “Então, para que se evite recaídas é fundamental o acompanhamento, seja qual for o tipo de transtorno. O paciente precisa receber cuidado e carinho familiar, acompanhamento profissional, psicológico, nutricional e até psiquiátrico quando necessário”. 

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