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Baixo consumo de ômega-3 é tão ruim quanto fumar, diz estudo

O baixo índice de ômega-3 pode subtrair até 4 anos de vida

Por Larissa Serpa
21 jul 2021, 09h00
omega-3
O peixe é uma ótima fonte de ômega-3 (Pri Barbosa/Reprodução)
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Consumir gorduras boas é fundamental para a saúde do coração. Essa é uma verdade irrefutável. Mas um novo artigo de pesquisa publicado no American Journal of Clinical Nutrition no meio de junho mostrou que um baixo índice de ômega-3 é tão poderoso para prever a morte prematura quanto fumar.

“O baixo consumo e nível de ômega-3 é ruim para o coração, pois favorece doenças cardiovasculares, que são ainda a principal causa de morte em todo o mundo. Esse risco pode ser reduzido com a mudança de fatores comportamentais, como dieta não saudável, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

O ESTUDO

Os pesquisadores deste estudo analisaram que os biomarcadores que integram as escolhas do estilo de vida podem ajudar a identificar os indivíduos em risco e ser úteis para avaliar as abordagens de tratamento, prevenir a morbidade e retardar a morte. “Entre os biomarcadores baseados na dieta estão os ácidos graxos, sejam medidos no plasma ou nas membranas dos glóbulos vermelhos. Os ácidos graxos mais claramente associados ao risco reduzido de doenças cardiovasculares e de mortalidade total (ou seja, morte por qualquer causa) são os ômega-3, EPA e DHA, que são normalmente encontrados em peixes como salmão, sardinha, cavala, corvina e arenque, bem como suplementos de ômega-3 de óleo de peixe e algas”, explica a Dra. Marcella Garcez.

Em um relatório de 2018, que incluiu 2.500 participantes no Framingham Offspring Cohort, foi demonstrado que o índice saudável de ômega-3 foi significativamente e inversamente associado ao risco de morte por todas as causas. “Na verdade, os indivíduos com o índice ômega-3 mais alto tinham 33% menos probabilidade de sucumbir durante os anos de acompanhamento em comparação com aqueles com o índice ômega-3 mais baixo. O Índice Omega-3 mede a quantidade de EPA e DHA nas membranas dos glóbulos vermelhos e é um marcador do status do ômega-3. Um Índice Omega-3 ideal é de 8% ou mais, um Índice Omega-3 intermediário está entre 4% e 8% e um Índice Omega-3 baixo é de 4% ou menos”, explica a médica nutróloga. A dieta ocidental faz com que muitas pessoas tenham um índice ômega-3 abaixo de 4%, o que as coloca em um risco significativamente maior de morte precoce.

“no Japão, onde a média do Índice Omega-3 é superior a 8%, a expectativa de vida é cerca de cinco anos a mais do que nos Estados Unidos, onde a média é de 5%”

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De acordo com os pesquisadores neste estudo, a descoberta de que qualquer métrica baseada em ácidos graxos teria poder preditivo semelhante ao dos fatores de risco padrão bem estabelecidos foi inesperado. “É interessante notar que no Japão, onde a média do Índice Omega-3 é superior a 8%, a expectativa de vida é cerca de cinco anos a mais do que nos Estados Unidos, onde a média do Índice Omega-3 é de cerca de 5%. Portanto, na prática, as escolhas alimentares que alteram o índice ômega-3 podem prolongar a vida. No modelo combinado final, fumar e o Índice Omega-3 parecem ser os fatores de risco mais facilmente modificados”, explica a médica. “Prevê-se que ser fumante atual (aos 65 anos) subtraia mais de quatro anos de vida (em comparação com não fumar), um encurtamento de vida equivalente a ter um índice de ômega-3 baixo, segundo o estudo”, completa a médica.

Segundo o estudo, as informações transportadas nas concentrações de quatro ácidos graxos dos glóbulos vermelhos foram tão úteis quanto as transportadas nos níveis de lipídios, pressão arterial, tabagismo e status diabético no que diz respeito à previsão da mortalidade total. “Isso mostra o poder do Índice Omega-3 como fator de risco e deve ser considerado tão importante quanto os outros fatores de risco estabelecidos, e talvez até mais”, completa. “O mais importante como medida de prevenção é buscar ajuda médica de um nutrólogo, que poderá orientar o paciente na busca de uma alimentação ideal para melhorar os níveis de Ômega-3 como forma de prevenção”, finaliza.

 

FONTES:

DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

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