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4 sinais que mostram por que a dieta restritiva detona a beleza

O efeito sanfona é fruto de dietas restritivas equivocadas, que também acabam com a beleza, fazendo surgir alguns sinais preocupantes

Por Maria Claudia Amoroso
Atualizado em 13 jul 2021, 12h41 - Publicado em 13 jul 2021, 09h00
Mulher olhando seu corpo em frente ao espelho
 (ronstik/Thinkstock/Getty Images)
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Acompanhamento alimentar e nutrológico, com a adoção de hábitos saudáveis, é definitivamente o que pode ajudar a dar um fim no ciclo interminável de ganhar e perder peso. Afinal, esse famoso efeito sanfona e dietas muito restritivas também podem ter consequências indesejáveis para a saúde e beleza. Veja a seguir as consequências mais comuns.

Por que as pessoas procuram dietas restritivas

“No geral, as alterações emocionais são as principais responsáveis pelos comportamentos alimentares equivocados. As dietas restritivas trazem pontos negativos muito importantes, dentre eles a dificuldade de adesão e manutenção dos resultados, além de episódios de compulsão no primeiro momento de ‘escape’. Dessa forma, muitos, por insegurança e desinformação, restringem o consumo de grupos ou quantidades alimentares importantes para a manutenção da saúde. Mas como isso não se mantém – e aparecem episódios de compulsão – o organismo enfrenta realidades extremas, de desnutrição em um momento e inflamação, quando há excesso de ingestão de alimentos”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez. “Isso acarreta alterações físicas e estéticas importantes, impactando agressivamente no organismo, inclusive na beleza da pele”, acrescenta a médica.

“As pessoas chamam a comida de ‘boa’ ou ‘ruim’ todos os dias. Essa prática é prejudicial porque moraliza o que você come de uma maneira muito fácil de aplicar a si mesmo”

            O grande problema das dietas restritivas é que elas podem vir acompanhadas de ‘recompensas’, após atingir a meta ou ‘estar no caminho certo’. E então vem a sensação de culpa, seguida pela ideia de que você colocou tudo a perder, afinal, já comeu um chocolate e agora pode comer mais doces. “As pessoas chamam a comida de ‘boa’ ou ‘ruim’ todos os dias. Essa prática é prejudicial porque moraliza o que você come de uma maneira muito fácil de aplicar a si mesmo. Ele faz as pessoas se sentirem como se fossem boas ou ruins com base em suas escolhas alimentares, mas não é o caso”, diz a médica. “Uma das respostas mais comuns à culpa dos alimentos é sair do controle. Se as pessoas comem um bolinho, pensam que estragaram tudo e isso pode ser um gatilho para o descontrole: elas pensam que se já jogaram a dieta de hoje fora, podem comer ainda mais”, diz ela. “Isso pode levar a consumir mais calorias do que você faria se apenas tivesse curtido comer algo saboroso sem ser tão emocionalmente carregado”, afirma a médica.

            Essa gangorra alimentar também traz diversas alterações estéticas, sentidas na pele. “Tanto as pessoas com restrições alimentares como as que estão consumindo compulsivamente determinados alimentos podem ter impactos negativos na pele e muitas vezes precisam de orientação médica. Ir de um extremo ao outro só prolonga o período em que o corpo está sendo mal nutrido”, afirma a médica nutróloga. Veja abaixo algumas dessas alterações:

Sinais estéticos que mostram por que a dieta restritiva detona a beleza

1. Flacidez:

“A perda de peso, principalmente em casos em que há diminuição expressiva na quantidade de gordura, causa a redução do volume que mantinha a pele esticada. Como resultado, o tecido cutâneo torna-se flácido e enrugado, aspecto que ainda é acentuado pelo fato de o processo de emagrecimento rápido levar a um aumento da produção de radicais livres, que causam danos nas fibras de colágeno responsáveis por sustentar a pele”, afirma o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo.

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Além disso, existe o problema das carências nutricionais. Uma alimentação com déficit calórico muito expressivo (ou seja, quando as calorias ingeridas são extremamente menores que a taxa metabólica) trará resultados para o emagrecimento, mas poderá causar sérios problemas ao corpo. “Além do déficit calórico, o déficit proteico e a pouca ingestão de água são os fatores alimentares que mais rapidamente impactam negativamente as estruturas da pele, porém nutrientes importantes como vitaminas, minerais e antioxidantes são essenciais para a manutenção da saúde cutânea, portanto não há pele saudável sem alimentação equilibrada”, afirma a Dra. Marcella.

Trocando em miúdos? Quando você escolhe pela escassez para emagrecer, está deixando seu organismo sem os nutrientes necessários para manter a beleza da sua pele, cabelo e unhas. “Automaticamente, tendemos a ficar com a aparência mais envelhecida, principalmente pela redução do aporte proteico que compromete a síntese de fibras colágenas para manutenção e reposição de estruturas dérmicas”, diz a nutróloga. Se, após atingir a meta, você optar por uma alimentação ainda desbalanceada, com alto consumo de açúcar, a aceleração do envelhecimento continuará em passos rápidos, segundo a médica nutróloga.

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2. Estrias: 

De acordo com o dermatologista Dr. Abdo Salomão Jr, a briga contra a balança também favorece o aparecimento de estrias, principalmente em regiões como abdômen, seios, interior das coxas e glúteos. “Isso porque a constante alteração no peso causada pelo efeito sanfona faz com que ocorra um estiramento do tecido cutâneo, o que leva ao rompimento das fibras elásticas de colágeno e, consequentemente, ao surgimento das estrias”, explica o médico.

Essas fibras também rompem com maior facilidade após o aumento do consumo de açúcar e gorduras ruins. “Esses alimentos são pró-inflamatórios quando consumidos em excesso. Eles geram radicais livres, que podem danificar o DNA das células provocando menor atividade celular, menor produção de colágeno e fibras elásticas, menor atividade de células de defesa e menor poder de cicatrização, o que contribui para a formação de estrias”, diz a Dra. Marcella.

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3. Inflamações de pele: 

Um estudo recente mostrou que uma dieta rica em açúcar e gordura por 10 semanas predispõe a inflamação da pele e articulações

A médica nutróloga ressalta que um perfil inflamatório exacerbado pelo consumo excessivo de açúcares pode fazer desencadear ou agravar doenças inflamatórias na pele como dermatite e psoríase. “Um estudo recente publicado no Journal of Investigative Dermatology mostrou que comer uma dieta rica em açúcar e gordura por 10 semanas predispõe a inflamação da pele e articulações. O mesmo estudo sugere que mudanças para uma dieta mais balanceada podem reverter parcialmente os efeitos pró-inflamatórios e a alteração da microbiota intestinal causada pela dieta ocidental”, explica a dermatologista Dra. Letícia Bortolini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Mais uma vez: é uma boa alimentação, equilibrada e com boa ingestão de fibras, sem excessos em açúcar e gordura de má qualidade, que será capaz de trazer diversos benefícios para a pele e evitar muitas doenças, segundo a Dra. Marcella. “Por isso, é essencial o auxílio de um médico nutrólogo para ajustar os desequilíbrios da sua dieta”, explica.

4. Queda de cabelo:

Dietas restritivas ou alimentação nutricionalmente pobre fazem o organismo digerir a energia apenas para funções essenciais de funcionamento do corpo, deixando de lado a nutrição e oxigenação de tecidos como cabelo e pele, explica o dermatologista Dr. Daniel Cassiano. “Por esse motivo, um dos principais sintomas físicos de uma alimentação deficitária é a queda de cabelos. Com relação à nutrição, anemia ferropriva e deficiência de zinco, Vitamina B12 e Vitamina D podem também ser causas de eflúvio telógeno, caracterizado pelo encurtamento do ciclo de vida dos cabelos”, explica o Dr. Daniel.

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Segundo a médica nutróloga, as carências de vitaminas, minerais, proteínas, gorduras e carboidratos de boa qualidade também impactam na saúde dos fios e do couro cabeludo. Seu cabelo é composto principalmente de proteínas, portanto, incluir quantidades adequadas em sua dieta é vital para o crescimento do cabelo. Aproximadamente 85% do cabelo é formado de queratina, que é uma proteína, e por ser um tecido de excreção, é formado de aminoácidos sobressalentes para essa função. “Se não houver sobra de aminoácidos, não há boa síntese de queratina. Além disso, minerais metálicos como ferro e cobre além de vitaminas do complexo B como a biotina participam da manutenção da saúde capilar”, diz a Dra. Marcella Garcez. Se você tiver carência desses nutrientes, seu cabelo irá cair mais num quadro intenso (eflúvio telógeno), a textura dos fios pode mudar, além de ficarem mais fracos e propensos à quebra. “O excesso de açúcar na dieta pode comprometer a saúde dos folículos capilares aumentando a possibilidade de eflúvio (queda de cabelos)”.

Afinal, como emagrecer de maneira saudável?

É possível prevenir os problemas através do emagrecimento saudável e da adoção de uma alimentação balanceada após a perda de peso para evitar que o efeito sanfona aconteça. Para isso, a Dra. Marcella Garcez, recomenda que se tenha acompanhamento médico. “O ideal é que qualquer emagrecimento rápido ou que conte com perda ponderal de mais de 10% do peso corporal seja acompanhado de perto por um nutrólogo. Apenas com mudanças no hábito alimentar e a prescrição individualizada de suplementos alimentares é possível minimizar o aspecto indesejado causado pela perda de peso, incluindo o aparecimento de estrias e flacidez”, ressalta. Além de adquirir uma alimentação balanceada, é importante também perder peso de forma gradual, ingerir quantidade suficiente de água por dia, adotar uma rotina de cuidados com a pele, praticar exercícios físicos regularmente e evitar hábitos nocivos, como fumar. “E essas medidas saudáveis devem continuar mesmo após o emagrecimento para evitar que se ganhe peso novamente.”

E como tratar os problemas de pele?

Pessoas que passaram pelo efeito sanfona e sofrem com flacidez e estrias podem contar com ajuda de procedimentos estéticos em consultório médico. Para tratar a flacidez de pele, por exemplo, pode-se fazer uso do Ultraction 3D, um ultrassom micro e macrofocado, que pode tratar o rosto e o corpo, para promover maior contração da pele e estimular o colágeno.

Os bioestimuladores de colágeno injetáveis também podem ser usados, segundo o Dr. Mário Farinazzo. “Eles irão aumentar a produção natural de colágeno do corpo, realmente precisamos”, explica. Os mais famosos são Sculptra, Radiesse e Ellanse. “O primeiro é composto por Ácido Polilático (PLLA). Ele é injetado para estimular o aumento da quantidade de colágeno no organismo. É um tratamento facial e corporal eficaz para quem busca uma forma de rejuvenescer a pele”, explica o médico. Já Radiesse é composto por microesferas de hidroxiapatita de cálcio. “Esse é um tratamento com efeitos de longa duração, chegando até 24 meses. Ele causa um processo inflamatório que irá provocar a produção de colágeno. Em menor proporção, com o passar do tempo, ele também produz um efeito preenchedor”, afirma. E, por fim, Ellanse é um composto de carboximetilcelulose (gel à base de água) e policaprolactona, um polímero absorvível comumente utilizado para suturas e implantes. “Ele possui um efeito similar ao ácido hialurônico, produzindo efeitos de preenchimento imediato, mas também estimula a produção de colágeno ao longo do tempo”, explica o médico.

Já as estrias podem ser tratadas com métodos que vão desde cremes à base de ácido retinóico e ácido glicólico até lasers. Hoje em dia, existe também o tratamento com microagulhas de ouro combinadas à radiofrequência, como o Eletroderme da multiplataforma Solon, que é extremamente eficiente na eliminação dessas alterações. “As agulhas do equipamento ultrapassam a epiderme, emitindo ondas eletromagnéticas apenas nas camadas mais profundas da pele, preservando a superfície. Isso faz com que a temperatura da derme chegue até 70ºC, estimulando a produção de colágeno e refazendo as fibras rompidas”, afirma o dermatologista Dr. Abdo.

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No caso das inflamações de pele, a dieta equilibrada ajuda muito, mas é fundamental também buscar auxílio dermatológico para ajudar a tratar as doenças. A queda capilar precisa ser avaliada por um médico, segundo o Dr. Daniel. “Embora essa queda de cabelo relacionada a dieta seja apenas temporária, ela também pode ser angustiante. É recomendada uma nutrição adequada, especialmente comendo alimentos ricos em ferro, proteínas, Vitamina C e vitamina D. Além disso, os suplementos para queda de cabelo podem ajudar a restaurar a saúde do cabelo, reduzindo a sua queda. Eles variam muito quanto aos componentes, concentração e posologia, mas costumam ter biotina, pantotenato de cálcio, queratina, cistina e algumas vitaminas”, finaliza o Dr. Daniel.

FONTES

DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

DRA. LETÍCIA BORTOLINI: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. À frente da clínica Enlapy, em Cuiabá, a médica é formada em Medicina pela Universidade de Cuiabá, com especialização em Dermatologia pela Fundação Souza Marques (São Paulo/SP) e em Clínica Médica pelo Hospital Guilherme Álvaro (Santos/SP).

*DR. MÁRIO FARINAZZO: Cirurgião plástico, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o médico é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor de Trauma da Face e Rinoplastia da UNIFESP e Cirurgião Instrutor do Dallas Rinoplasthy™ e Dallas Cosmetic Surgery and Medicine™ Annual Meetings. Opera nos Hospitais Sírio, Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz, entre outros.

DR. ABDO SALOMÃO JR: Doutor em Dermatologia pela USP (Universidade de São Paulo). É sócio Efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Membro da American Academy of Dermatology (AAD), Sociedade Brasileira de laser em Medicina e Cirurgia e do Colégio Ibero Latino Americano de Dermatologia. Professor universitário, Dr. Abdo Salomão Jr. ministra aulas nos principais congressos nacionais da especialidade. Além disso, já deu aulas na Austrália, Itália e Coréia do Sul. É uma referência em conhecimento de lasers e tecnologias para fins dermatológicos e estéticos. Diretor da Clínica Dermatológica Abdo Salomão Junior.

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*DR. DANIEL CASSIANO: Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Cofundador da clínica GRU Saúde, o Dr. Daniel Cassiano é formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e Doutorando em medicina translacional também pela UNIFESP. Professor de Dermatologia do curso de medicina da Universidade São Camilo, o Dr. Daniel possui amplo conhecimento científico, atuando nas áreas de dermatologia clínica, cirúrgica e cosmiátrica.

 

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