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Aline Lamaita, a cirurgiã vascular desvendando o lipedema

A médica é um dos nomes que estão estudando e diagnosticando a difícil doença

Por Larissa Serpa
12 out 2024, 18h00
Aline Lamaita
Dra. Aline Lamaita (./Divulgação)
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Você provavelmente ouviu falar bastante sobre o lipedema nos últimos meses. O que parece uma doença nova — e que todo mundo tem, devido ao diagnóstico muitas vezes falso –, na verdade já é uma condição que acomete pacientes há muito tempo. Mas, agora, a comunidade médica começou a dar mais atenção.

Cirurgiã vascular, Dra. Aline Lamaita, que atende no bairro da Bela Vista, em São Paulo, explica o por quê disso: “Ainda temos muito a aprender sobre a doença. A mulher naturalmente tem um formato mais ‘pera’ e maior acúmulo de gordura em nádegas e quadris. Dessa forma, principalmente para quem tem lipedema tipo 1 ou 2 (aquele que acomete quadril e coxas), associado ou não a sobrepeso, pode gerar dúvidas, principalmente naquelas que não tem uma história clínica clássica de mudança corporal em fases hormonais (menarca, gestação, menopausa) e que não tem sintomas (dor ao toque, inchaço, hematomas).

A doença é difícil de identificar e muito confundida com apenas obesidade ou celulite, mas Aline tem o olho treinado para identificar — e mais que isso, a formação adequada.

A médica se formou em 2000 na Santa Casa de São Paulo. Em sequência, fez residência médica de Cirurgia Geral e Cirurgia Vascular no mesmo lugar. “Na época, me apaixonei pela cirurgia arterial e emergência. Eu vinha da cirurgia geral (também sou especialista), aquela coisa meio ER e Grey’s Anatomy [risos]… Mal sabia eu que era a flebologia (doença venosa) que me encantaria durante a jornada.”

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Em 2018, Aline fez Medicina do Estilo de Vida em Harvard e, recentemente, terminou uma pós-graduação em Ciências da Longevidade e Envelhecimento Saudável. Soma-se a isso vários cursos de tratamentos modernos e minimamente invasivos de varizes.

Para quem não sabe, o tratamento do lipedema é multifatorial e, em casos mais graves, necessita de cirurgia de lipoaspiração, mas não é com o fim estético que estamos costumados a ouvir, apesar de ser uma consequência. “Na Cirurgia vascular, consigo o equilíbrio perfeito entre a saúde e a estética, consigo dar desfechos positivos de saúde e ainda gerar grandes transformações de autoestima. Gosto de dizer que eu foco na saúde e a estética vem de brinde.”

Foi sua bagagem de Medicina do Estilo de Vida e Medicina Integrativa com a base de Vascular que permitiu que a médica tivesse um olhar bem singular para essa doença que vem ganhando espaço na mídia recentemente.

No universo do lipedema, onde a experiência pessoal conta muito no tratamento já que não temos muita literatura científica, minha bagagem de 24 anos de formação e 6 anos de prática de Medicina do Estilo de Vida me ajuda a discernir com bom senso no consultório práticas que hoje em dia vem se tornando comuns no tratamento da doença. O uso indiscriminado de reposições hormonais, implantes, uso de anabolizantes e indicações de cirurgia sem nenhum preparo clínico vem sendo feitos de forma indiscriminada e gerando prejuízo na saúde das pacientes. Ter bom senso e preocupação genuína com o desfecho da paciente me ajudam a separar e entender quando essas práticas podem ter seu lugar numa abordagem mais ética.”

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É por isso que ela é referência no país quando se fala sobre tratamentos vasculares.

 

 

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