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Já pensou em tomar uma pílula que vale por um treino de corrida?

O comprimido ofereceria benefícios semelhantes aos do exercício físico, como o controle do peso e dos níveis de açúcar no sangue

Por Da Redação
Atualizado em 3 Maio 2017, 18h35 - Publicado em 3 Maio 2017, 18h30

Para aquelas que não conseguem sair do sofá, esta poderia ser a solução ideal: em vez de passar horas na academia, os benefícios dos treinos seriam obtidos por meio de um comprimido. A proposta também parece uma alternativa tentadora para pessoas com a agenda cheia ou que não gostam de se exercitar. Mas a grande vantagem da “pílula fitness”, como tem sido chamada lá fora, é outra: os pesquisadores acreditam que o medicamento poderia transformar a vida de pessoas que têm dificuldade de praticar esportes devido à obesidade ou deficiências físicas grave.

A ideia da tal pílula surgiu quando cientistas testaram uma droga experimental que permitiu que ratos de laboratório se exercitassem em uma esteira durante 270 minutos até chegar à exaustão. As cobaias que não tomaram o comprimido foram capazes de aguentar apenas 160 minutos antes de alcançar o limite físico. Mas não foi só o aumento de resistência que chamou a atenção dos pesquisadores. Outros benefícios importantes foram verificados: os animais que usaram a droga por oito semanas ganharam menos peso e controlaram melhor seus níveis de açúcar no sangue, sugerindo que o medicamento também poderia ajudar os diabéticos.

Veja também: Pele, cabelo e unhas mais saudáveis com estas pílulas

Como a pílula foi descoberta?

Os pesquisadores voltaram a atenção a uma droga conhecida como GW501516, que anteriormente tinha se mostrado eficaz para o aumento da resistência e queima de gordura rápida. Após uma série de testes com ratos em esteiras, descobriu-se que a droga mudou a atividade de quase 1 000 genes – muitos dos que se tornaram mais ativos estavam envolvidos na quebra e queima de gordura. Em compensação, outros genes foram suprimidos, incluindo alguns que convertiam o açúcar em energia.

O composto foi originalmente desenvolvido na década de 90, destinado a tratar doenças metabólicas e cardiovasculares – mas foi abandonado depois de vários estudos indicarem que altas doses dele poderiam causar câncer. Ali Tavassoli, professor de biologia química da Universidade de Southampton, na Inglaterra, que não estava envolvido no último estudo, afirmou que qualquer pílula com este tipo de funções poderia ser usada por atletas.

Apesar de a droga não ter previsão para lançamento oficial, os cientistas continuam a estudar o composto – já que ele pode servir para ajudar pessoas que realmente não tem condições de praticar exercícios físicos.

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