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Girls For It: você pode ajudar time de ciclistas a ir à Olimpíada

A equipe de mulheres lançou uma campanha de financiamento coletivo para conseguir uma vaga nos jogos de Tóquio 2020

Por Camila Junqueira, Gislene Pereira
Atualizado em 3 Maio 2024, 10h16 - Publicado em 16 mar 2018, 19h45
Girls for It
 (ppolegatch/Reprodução Instagram)
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Você se lembra de alguma equipe de ciclistas brasileiras que chegou ao pódio em Olimpíada? Provavelmente não, já que o número de representantes que consegue uma vaga nos Jogos ainda é muito restrita. Contra esse cenário, o time feminino Memorial de Santos está fazendo barulho na internet por meio da campanha Girls for It, que pretende arrecadar verba para financiar o treinamento das atletas na Bélgica por três meses e a participação em provas que valem pontos para o ranking internacional da modalidade – única forma de obter classificação para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020.

Lançada em 09 de março, a Girls For It! é uma campanha de financiamento coletivo com meta é juntar R$ 150 mil. A causa que as atletas defendem é mais importante do que se imagina: o dinheiro não só vai realizar sonhos pessoais de seis atletas como representar um grande avanço no incentivo do esporte brasileiro.

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E qual é a importância de ajudar o grupo? “Falta apoio para times femininos no Brasil em todos os esportes. Alguns recebem um pouco mais de verba (como o vôlei), mas, ainda assim, a realidade com as mulheres é distante da do futebol masculino. Estamos sempre um passinho atrás”, explica a líder Ana Paula Polegatch, 29 anos, em entrevista à BOA FORMA.

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Como ajudar a campanha Girls For It!

O financiamento coletivo está disponível na plataforma Catarse até dia 27 de março. Você pode fazer uma doação a partir de R$ 20 – cada valor corresponde a uma recompensa, caso o grupo consiga atingir a meta.

Conheça as atletas do Memorial Girls

O Memorial Girls é o time feminino de ciclistas do Memorial de Santos, composto por Ana Polegathi, Camila Coelho, Thayna Araujo, Taise Benato, Adriana Lobo e Ana Paula Casetta. As atletas têm entre 20 e 29 anos e, ainda que façam parte da mesma equipe, não moram todas na cidade. “Duas de nós moram em Curitiba, uma é de Maringá (PR), duas estão São Paulo e apenas uma vive em Santos (SP). A gente se encontra nas competições, às vezes alguns dias antes, para treinar um pouquinho juntas”, aponta Ana.

Com a orientação do técnico Cláudio Diegues, elas já conquistaram 42 títulos em competições nacionais e internacionais. Um dos mais recentes foi o 2º lugar na classificação geral do 2º Tour Feminino Internacional de Ciclismo, que rolou em janeiro de 2018, no Uruguai. “O resultado é individual, mas o grupo trabalha junto.”

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Carreira pessoal

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A jovem pedala desde os 15 anos e fala que o ciclismo a escolheu. Sua primeira prova foi feita sem qualquer preparação e, mesmo assim, ela ganhou o 1º lugar na categoria de meninas iniciantes. “Todo mundo falou que eu tinha muito talento e não parei mais. Larguei meu emprego em 2011 e passei a me dedicar somente ao esporte”, diz Ana. De lá pra cá, todas as decisões tomadas por ela foram voltadas ao ciclismo: em 2014, ela se mudou do Paraná para São Paulo, cidade com mais competições e oportunidades (foi quando ela entrou para o Memorial) e, neste ano, começou a estudar marketing. “Quando parar de pedalar, pretendo auxiliar na divulgação de outros times, tanto em comunicação quanto na própria equipe técnica.”

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Para Ana, chegar às Olimpíadas será uma grande realização, mas não basta só conseguir a vaga. “A competição é o auge que um atleta pode alcançar, mas não adianta nada conseguir a classificação e ir lá fazer feio. A gente quer se dedicar muito”.

Preparação física: treino + alimentação

Para aguentar as competições de ciclismo, Ana faz treinos de ginástica funcional duas vezes na semana. “O foco é a mobilização e fortalecimento de core, costas e ombros”, explica a atleta. Com a viagem para a Bélgica chegando, ela também está investindo em exercícios para as pernas, trabalhando força e potência.

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Mas nem só o condicionamento físico precisa de atenção. Ela começou recentemente a fazer uma preparação psicológica com profissionais voltados para a área esportiva. “Dessa forma, identifico bloqueios, medos, inseguranças e preparo a mente para o que está por vir”.

A alimentação também é regrada, acompanhada por uma nutricionista. Ana segue uma dieta rica em proteína, carboidratos complexos e gorduras boas, que dão toda a energia necessária para aguentar uma prova completa – que podem chegar a até 140 quilômetros, limite de distância na categoria feminina. Ela também utiliza suplementos, como whey protein, BCAA e glutamina.

Antes de uma competição importante, a ciclista não gosta de tomar nada que a acelere muito, como cafeína. “Não tomo pré-treinos prontos. Prefiro um mix de proteína com carboidrato para dar uma forrada no estômago. Procuro me alimentar bem três horas antes e como um pãozinho com geleia perto do horário da corrida, que é uma opção leve”.

Relação com o time

A falta de patrocínio motivou a criação da campanha, já que as meninas precisam pagar até pelas próprias bicicletas. “Precisamos correr atrás, o ciclismo feminino no Brasil é muito desvalorizado e a gente tem que apelar para isso, campanhas, doações”, explica Ana.

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O Memorial Girls é visto por Ana como uma grande família. “Hoje nossa maior dificuldade é ser reconhecida por nosso trabalho. Às vezes, a gente briga, não gosta do que a outra fez na corrida e depois passa. Tanta mulher junta não é fácil, mas a gente lida muito bem”, explica.

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E o que é preciso para entrar no time? “O técnico pede que a atleta saiba trabalhar em equipe, já que todas trabalham para que apenas uma vença, na maioria das vezes. Não basta ser boa e ao mesmo tempo individualista”, aponta Ana. Além disso, o currículo e a disciplina também são pontos importantes.

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