O suor é uma resposta natural do nosso organismo para a manutenção da temperatura do corpo. Quando está quente, o organismo libera líquido para refrescar o corpo e, quando está frio, faz o movimento contrário – retém esse mesmo líquido para mantê-lo aquecido. Porém, nem todo mundo vê o suor dessa forma e, sim, existem aqueles que sofrem de reações ao próprio suor. Vamos entender melhor tudo isso nos parágrafos abaixo.
O QUE É O SUOR?
“O suor é o líquido excretado pelo nosso corpo através da pele”, explica a Dra. Paula Tommaso, dermatologista do grupo HealthSculp. “As glândulas sudoríparas, que excretam o suor, funcionam como ‘tubos’. São pequenas e numerosas – temos três milhões delas no organismo, e estão localizadas na cabeça, mãos, pés, virilhas e axilas, por exemplo.”
De acordo com a médica, o suor, em si, é um líquido sem cheiro. No entanto, muita gente não o experimenta dessa maneira. Isso porque o cheiro desagradável é provocado pelo contato desse líquido com as bactérias presentes na pele – o que é mais facilmente percebido em regiões como a axila e a virilha.
“A principal razão pela qual suamos é para o controle da temperatura corporal”, continua. “Por isso, em épocas mais quentes, transpiramos mais. Para manter nossa temperatura regular, nosso corpo libera mais líquido através das glândulas.”
Sem esse mecanismo de controle e regulação, nosso organismo poderia atingir altas temperaturas e, com isso, nossos órgãos entrariam em “colapso”, parando de funcionar adequadamente.
Por isso, não existe nenhum mal em transpirar – pelo contrário. “O suor não gera nenhum prejuízo ao paciente a não ser que seja em excesso, o que chamamos de hiperidrose”, explica a médica.
O QUE FAZER EM CASOS DE SUOR EM EXCESSO?
A transpiração, quando acontece em excesso, merece ser investigada com a ajuda de um médico qualificado. Isso porque alguns distúrbios psicológicos e algumas medicações podem provocar esse quadro.
No geral, a hiperidrose não gera nenhum mal à saúde, no entanto, provoca um mal-estar social, levando a situações de constrangimento e interferindo nas relações tanto sociais quanto profissionais dos pacientes.
“Nessa condição o paciente pode suar muito até em repouso. Isso ocorre, pois o paciente tem glândulas sudoríparas hiperfuncionantes, o pode decorrer de diferentes causas, como: fatores emocionais, hereditários ou doenças”, diz.
Aqui, as regiões mais comumente afetadas são as axilas, as palmas das mãos, o rosto, a cabeça, as plantas dos pés e a virilha. O seu maior prejuízo está relacionado à qualidade de vida dos pacientes, afetando o seu convívio social, influenciando na sua escolha de carreira, atividades recreativas e relacionamentos, além de bem-estar emocional e autoimagem.
“O tratamento do suor excessivo deve ser bem avaliado em consulta médica”, explica a Dra. Paula. “Excluindo causas secundárias, como uso de medicações, por exemplo, temos algumas opções de tratamento que variam desde antitranspirantes de uso tópico específicos a aplicação de toxina botulínica e abordagem cirúrgica.”
SUOR X SAÚDE DA PELE
Como dito, suar não faz mal e, inclusive, pode ser um fator de proteção contra algumas condições de pele, como a acne. Alguns estudos demonstram que o suor contém peptídeos que protegem a pele contra o desenvolvimento de agentes, como bactérias, que geram espinhas.
No entanto, é preciso cuidado com essa informação: isso não significa que é interessante suar muito na academia e continuar assim o resto do dia. Manter o suor na pele por muito tempo, infelizmente, pode ter o efeito contrário.
“O suor abre os poros para liberar óleos e sujeiras”, explica a Dra. Kathleen Viscusi à revista Allure norte-americana. “Quando acumula e seca na pele, essa sujeira, óleos e bactérias ficam presos ali, causando novas espinhas.”
A solução para isso, no entanto, é simples: basta lavar o rosto ou tomar um bom banho o mais rápido possível. Mas, se você estiver fora de casa e longe de um chuveiro acessível, o mais interessante é limpar as regiões de acúmulo de suor com uma toalha limpa.
