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Pílula anticoncepcional dá trombose? Entenda a relação

Médico responde às dúvidas sobre o possível risco de trombose associado ao uso do método contraceptivo

Por Juliany Rodrigues
21 set 2023, 16h28

Uma das dúvidas mais comuns relacionadas aos métodos contraceptivos é se a pílula anticoncepcional dá trombose. Feita à base de hormônios, ela é uma das opções mais populares no Brasil para evitar a gravidez e, quando usada do jeito certo e consistentemente, garante uma eficácia de 99,7%, segundo estudos. A seguir, o Dr. Erich de Paula, médico hematologista e professor Associado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, esclarece os principais pontos sobre a relação entre o uso da pílula e a ocorrência de trombose venosa, uma doença com complicações que podem se tornar graves e, em alguns casos, até letais.

PÍLULA ANTICONCEPCIONAL DÁ TROMBOSE?

A trombose acontece quando há a formação de um coágulo sanguíneo no organismo humano. As pílulas anticoncepcionais com estrogênio aumentam as chances das mulheres desenvolverem esses coágulos de duas a seis vezes mais do que aquelas que não fazem uso do medicamento. O médico explica: “O estrogênio, hormônio que desempenha um papel importante no desenvolvimento reprodutivo e sexual das mulheres, provoca aumento no potencial de coagulação do sangue, facilitando a formação dos trombose”.

O tipo mais comum da doença é a trombose venosa profunda (TVP), caracterizada pela formação de coágulos nas veias profundas localizadas nas pernas. “Este coágulo, também chamado de trombo, pode acabar se soltando e ‘viajar’ por meio da circulação sanguínea, atingindo os pulmões. Neste caso, ocorre a embolia pulmonar, uma das complicações mais graves da trombose, que, em algumas situações, pode levar à morte”, alerta ele.

Apesar dos números parecerem alarmantes, o especialista enfatiza que o aumento do risco associado aos contraceptivos com estrógeno deve ser interpretado com cautela. “O risco de trombose em mulheres jovens é muito baixo. Assim, mesmo com este aumento de duas a seis vezes, a chance de uma mulher que faz uso desses medicamentos desenvolver uma trombose é muito pequena. O que nós, médicos, devemos fazer – e a participação das pacientes neste processo é muito importante – é avaliar se a paciente possui outras características que aumentam o risco de trombose e, nesses casos, considerar outros métodos”, afirma Dr. Erich.

FATORES QUE AUMENTAM O RISCO DA TROMBOSE

As tromboses venosas, geralmente, se dão quando vários fatores de risco estão presentes na mesma pessoa. Por esse motivo, indicar pílulas anticoncepcionais com estrógeno para pacientes que apresentam obesidade, tabagismo, diabetes, hipertensão, imobilidade prolongada e histórico pessoal/familiar de problemas circulatórios ou cardiovasculares não seria a melhor estratégia.

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“Com isso, fica claro que é de extrema importância que o uso de contraceptivos orais seja recomendado e acompanhado por um médico. Os ginecologistas possuem informações sobre combinações de fatores de risco que tornam o uso dos estrógenos proibitivos, bem como a diferença de risco associada a diferentes pílulas”, diz.

ATENÇÃO AOS SINTOMAS

Além de contarem com as orientações e o acompanhamento de um ginecologista, as mulheres que tomam contraceptivos orais à base de hormônios devem ficar atentas aos sintomas da doença, pois o diagnóstico precoce da trombose é fundamental para não ocorrerem problemas mais sérios. “Cabe destacar que embora estejamos falando de mulheres em faixa etária relativamente jovem, a trombose pode acometer qualquer pessoa, independentemente do sexo e faixa etária. Então, é essencial que todos conheçam os primeiros sinais e fatores de risco para a doença”, pontua Dr. Erich.

No caso da trombose venosa profunda, os principais sintomas são:

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Já a embolia pulmonar pode causar:

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PREVENÇÃO DA TROMBOSE

Para evitar a condição, o mais recomendado é adotar um estilo de vida saudável, com controle de peso, prática de exercícios regulares e alimentação balanceada. “O tratamento da trombose é feito com base no uso de anticoagulantes, sempre com acompanhamento médico. Por fim, ressalto que ser proativo e ter conhecimento sobre os sintomas e fatores de risco pode auxiliar no diagnóstico mais rápido e preciso”, conclui Dr. Erich.

 

 

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