Segundo dados do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), 36% de crianças e adolescentes sofrem com ansiedade e depressão. Nesse sentido, a atenção à saúde mental mental infantil emerge como um pilar fundamental para o desenvolvimento saudável e a construção de uma sociedade equilibrada.
Desde cedo, as crianças lidam com pressões acadêmicas, sociais e familiares. A mente em crescimento requer tanto cuidado quanto o corpo em formação, e os benefícios a longo prazo são inestimáveis. O cuidado com a saúde mental não é apenas uma necessidade, mas uma responsabilidade compartilhada por pais, educadores e comunidade. Afinal, um ambiente favorável ao bem-estar emocional permite que as crianças e adolescentes construam uma base sólida para enfrentar os desafios da vida.
“A saúde mental infantil está intrinsecamente ligada à resiliência emocional. Ao fornecer ferramentas para gerenciar o estresse, expressar emoções e construir relacionamentos saudáveis, estamos moldando adultos futuros capazes de lidar com as complexidades da vida. Intervenções precoces na saúde mental podem reduzir os riscos de problemas emocionais e comportamentais no futuro”, inicia Dra. Danielle Negri, médica pediatra e neonatologista.
“A educação emocional deve ser integrada ao currículo escolar, permitindo que as crianças desenvolvam habilidades para compreender e gerenciar suas emoções. Além disso, é necessário combater o estigma associado à saúde mental desde cedo, normalizando conversas abertas sobre sentimentos e incentivando a busca por ajuda quando necessário“, completa.
COMO CUIDAR DA SAÚDE MENTAL INFANTIL?
A médica ressalta que os pais devem promovem um ambiente de apoio psicológico e fornecer modelos positivos de enfrentamento. Algumas medidas importantes são:
- Limitar o tempo de tela;
- Apostar em atividades ao ar livre;
- Garantir uma rotina de sono saudável;
- Estimular uma comunicação aberta;
- Evitar conflitos intensos;
- Oferecer uma dieta equilibrada;
- Incentivar vínculos afetivos;
- Procurar auxílio de um profissional.
“São práticas simples que podem impactar positivamente o bem-estar mental das crianças. A atividade física, por exemplo, ajuda a liberar endorfinas, neurotransmissores que promovem sensações de tranquilidade e reduzem o estresse. Além disso, o exercício físico proporciona uma saída para a energia acumulada, ajudando as crianças a canalizarem emoções e a melhorarem o humor”, aponta Negri.
Por fim, vale lembrar que investir na saúde mental infantil, além de aliviar o sofrimento presente, colabora para o desenvolvimento de alicerces para um futuro robusto. “Ao reconhecer e abordar as necessidades emocionais das crianças, estamos contribuindo para uma geração resiliente, capaz de encarar os desafios que a vida apresente“, conclui.