A vitamina D é um hormônio fundamental para a saúde dos ossos, pois ela aumenta a absorção de cálcio e fósforo no organismo. Entretanto, cerca de 90% da sua formação depende da exposição solar. Embora haja vitamina D em peixes como atum e salmão, uma pessoa teria que comer esses alimentos praticamente todos os dias para ter o aporte necessário do hormônio.
“A menor incidência de raios solares durante o outono e, principalmente, durante o inverno afetam a formação de vitamina D, que é altamente dependente dos raios ultravioletas do tipo B. Além disto, por causa das menores temperaturas nestas estações, as pessoas tendem a estar mais agasalhadas, diminuindo a exposição ao sol”, explica Sérgio Setsuo Maeda, presidente da Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo – ABRASSO.
“Estudos populacionais brasileiros mostram a variação sazonal das concentrações de vitamina D, principalmente em localidades mais ao sul do país”, completa.
Segundo o endocrinologista, quando nos expomos ao sol, os raios UVB penetram na camada mais superficial da pele produzindo uma reação química e térmica que resulta em vitamina D. Uma vez formada, a vitamina D vai para corrente sanguínea, passando pelo fígado e rim; e só então aumenta a absorção de cálcio e fósforo no intestino, o que estimula a mineralização dos ossos e a função muscular.
Dessa forma, a exposição solar é fundamental, pelo menos de 10 a 15 minutos, todos os dias, com braços e pernas expostos, sempre protegendo o rosto e evitando a vermelhidão da pele.
Grupos de risco e a falta de vitamina D
Os idosos são o principal grupo de risco para a hipovitaminose D, pois a pele vai ficando mais fina e com menor quantidade de precursores com o passar do tempo. Além disto, os idosos tem hábitos de exposição solar mais restritos e usam vestimentas mais pesadas.
“Neles são mais comuns as doenças crônicas e o uso de medicamentos que podem interferir com o metabolismo da vitamina D. As gestantes têm maior risco de desenvolver melasma, as lesões no rosto pela fotossensibilidade, portanto é sugerido que elas se protejam contra o sol. Por estas razões, nestes grupos, recomenda-se a suplementação de vitamina D”, comenta Maeda.
Algumas medidas que podem ser adotadas para manter os níveis adequados de vitamina D no outono e inverno:
1Uso de suplemento
Especialmente os grupos de risco como idosos; grávidas; lactantes; pessoas com osteoporose e histórico de quedas com fraturas; indivíduos com insuficiência renal crônica ou síndromes de má-absorção devem ser orientados a manter o uso de suplementos de vitamina D. “A suplementação deve ser sempre recomendada por um médico”, relembra Maeda.
2Aproveitar qualquer sinal de luz solar
Ainda que os ‘banhos de sol’ sejam mais limitados nestas estações do ano, vale aproveitar qualquer chance expondo braços e pernas por um tempo limitado (5 minutos para peles mais claras e 15 minutos para peles mais pigmentadas) evitando-se a vermelhidão da pele (sinal de lesão solar).
Alimente-se adequadamente
Ainda que a quantidade de vitamina D via alimentos seja baixa, recomenda-se apostar nos peixes, iogurtes e derivados de leite, gema de ovo e fígado.