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Veja a relação entre o câncer de mama, a menopausa precoce e o climatério

Tratamento pode ser uma das soluções para devolver a qualidade de vida e a autoestima de mulheres diagnosticadas com a doença

Por Juliany Rodrigues
Atualizado em 3 out 2022, 18h41 - Publicado em 3 out 2022, 15h00

A menopausa, que geralmente acontece entre os 45 e 55 anos, é o período fisiológico que ocorre após a última menstruação da mulher.

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é nessa faixa etária, principalmente a partir dos 50 anos, que as mulheres possuem um risco maior de desenvolver o câncer de mama, em razão do fato de que há um acúmulo de exposições ao longo da vida, além de alterações biológicas como, por exemplo, o envelhecimento.

queda de cabelo na menopausa
Menopausa: sintomas impactam o corpo todo, do cabelo e pele até os órgãos inrtenos (cottonbro/Pexels)

A ginecologista e professora do núcleo de ginecologia e obstetrícia da Universidade Católica de Pelotas, Fabiane Gama, da Clínica Leger, do Rio de Janeiro, destaca a importância de ficar alerta e fazer exames anualmente, pois a causa do câncer de mama é multifatorial.

“Algumas sociedades médicas preconizam a mamografia a partir dos 50 anos, onde se encontra o maior risco de desenvolver a doença. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indica que o exame seja feito já aos 40 anos, pois é nessa fase que temos um aumento gradativo de desenvolver o câncer por conta de fatores genéticos, principalmente alimentares, e a exposição a determinados hormônios durante a vida”, pontua a especialista.

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A SBM mostra que a mamografia realizada em mulheres acima de 40 possibilita a redução em até 30% dos números de mortes provocadas pelo câncer de mama. Sabe-se que até 40% das mulheres que desenvolvem a doença antes do climatério apresentam sintomas de menopausa precoce em razão do tratamento.

“Como há grande incidência da doença nas mamas nessa faixa etária, muitas delas têm sintomas precoces da menopausa, como ressecamento vaginal agravado, dor na relação sexual, perda de urina e infecções vaginais de repetição”, conta a Dra. Fabiane.

“Os cremes para a região íntima são os mais utilizados pelas pacientes. Como elas não podem fazer reposição hormonal para amenizar os sintomas, o tratamento local com estímulo de colágeno é o mais indicado, já que recupera o tecido da vagina através da aplicação de CO2 fracionado na região”, completa a médica.

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A ginecologia regenerativa sugere o uso do laser como um agente capaz de promover a qualidade de vida para as mulheres, pois ele atua, especialmente, em uma condição que é apresentada pelas que utilizam medicações que inibem a produção do estrogênio: a atrofia vaginal.

“Com a redução hormonal, o tecido da vagina perde boa parte da elasticidade, ficando mais fino e seco. Em alguns casos, a paciente pode manifestar o fechamento do canal vaginal em decorrência do tratamento”, destaca a ginecologista.

A terapia de reposição hormonal ajuda a lidar com os sintomas do climatério. Entretanto, segundo a médica, essa terapia pode não ser segura para aquelas que tiveram câncer de mama durante esse período ou entraram em uma menopausa precoce.

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“O câncer de mama é uma doença hormônio-dependente em sua maioria. Por isso, a paciente precisa zerar a produção hormonal através de medicações para não piorar a patologia, isso faz com que ela entre em uma menopausa precoce abruptamente. Além disso, a terapia de reposição hormonal aumenta o risco de recidiva do câncer em pacientes que já tiveram a doença”, conclui a Dra. Fabiane Gama.

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