Pesquisadores do Rush University Medical Center descobriram que idosos podem se beneficiar de uma dieta específica chamada dieta MIND, mesmo quando desenvolvem esses depósitos de proteína, conhecidos como placas amiloides e emaranhados, que são uma patologia encontrada no cérebro e se acumulam entre as células nervosas, normalmente interferindo nas habilidades de pensamento e resolução de problemas.
A dieta MIND é uma junção da dieta mediterrânea e DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) e foi desenvolvida pela epidemiologista Martha Clare Morris. Um estudo mostrou que os participantes que seguiram a dieta MIND moderadamente não apenas tinham menos chance de desenvolver Alzheimer, como não apresentaram problemas de cognição, de acordo com um artigo publicado em 14 de setembro no Journal of Alzheimer’s Disease.
“Algumas pessoas têm placas e emaranhados suficientes em seus cérebros para ter um diagnóstico post-mortem da doença de Alzheimer, mas não desenvolvem demência clínica durante a vida”, disse Klodian Dhana, MD, Ph.D., principal autor do artigo e um professor assistente na Divisão de Geriatria e Medicina Paliativa do Departamento de Medicina Interna do Rush Medical College. “Alguns têm a capacidade de manter a função cognitiva, apesar do acúmulo dessas patologias no cérebro, e nosso estudo sugere que a dieta MIND está associada a melhores funções cognitivas, independentemente das patologias cerebrais relacionadas à doença de Alzheimer.
Os pesquisadores examinaram as associações de dieta – desde o início do estudo até a morte – patologias cerebrais e funcionamento cognitivo em idosos que participaram do Projeto de Envelhecimento e Memória em andamento do Rush Alzheimer’s Disease Center, que começou em 1997. Os participantes eram em sua maioria brancos sem demência conhecida, e todos concordaram em se submeter a avaliações clínicas anuais enquanto vivos, além de autópsia cerebral após sua morte.
Foram acompanhados 569 participantes, convidados a completar avaliações anuais e testes cognitivos para ver se haviam desenvolvido problemas de memória e julgamento. A partir de 2004, os participantes receberam um questionário anual sobre a frequência com que comeram 144 itens alimentares no ano anterior. Usando as respostas do questionário, os pesquisadores deram a cada participante uma pontuação da dieta MIND com base na frequência com que os participantes comeram alimentos específicos. A dieta MIND tem 15 componentes dietéticos, incluindo 10 “grupos de alimentos saudáveis para o cérebro” e cinco grupos não saudáveis - carne vermelha, manteiga e margarina em barra, queijo, doces e tortas e frituras ou fast food.
Como implementar a dieta MIND na sua vida
Para aderir e se beneficiar da dieta MIND, é preciso comer pelo menos três porções de grãos inteiros, um vegetal de folhas verdes e um outro vegetal todos os dias – junto com uma taça de vinho (que difícil) – lanche quase todos os dias com nozes, e feijão dia sim, dia não, comendo aves e frutas vermelhas pelo menos duas vezes por semana e peixes pelo menos uma vez por semana. A pessoa também deve limitar a ingestão de alimentos não saudáveis designados, limitando a manteiga a menos de 1 ½ colher de chá por dia e comendo menos de uma porção por semana de doces e tortas, queijo gordo integral e frituras ou fast food.
Com base na frequência de ingestão relatada para os grupos de alimentos saudáveis e não saudáveis, os pesquisadores calcularam a pontuação da dieta MIND para cada participante durante o período do estudo. Uma média da pontuação da dieta MIND desde o início do estudo até a morte do participante foi usada na análise para limitar o erro de medição. Sete medidas de sensibilidade foram calculadas para confirmar a precisão dos resultados. “Descobrimos que uma pontuação mais alta na dieta MIND foi associada a melhores habilidades de memória e raciocínio, independentemente da patologia da doença de Alzheimer e outras patologias cerebrais comuns relacionadas à idade. A dieta parecia ter uma capacidade protetora e pode contribuir para a resiliência cognitiva em idosos”, Disse Dhana.
“Mudanças na dieta podem afetar o funcionamento cognitivo e o risco de demência, para melhor ou para pior”, continuou ele. “Existem mudanças bastante simples na dieta e no estilo de vida que uma pessoa pode fazer que podem ajudar a desacelerar o declínio cognitivo com o envelhecimento e contribuir para a saúde do cérebro”.